sexta-feira, 14 de junho de 2013
Seasteading - Há um novo Mundo a ser descoberto
“A aqüicultura (BlueRevolution) e não a internet representa a oportunidade de investimento mais promissora do século XXI”. Peter Drucker.
Dizem que muita gente já havia estado no novo mundo antes de Colombo, e mesmo muito antes de Cabral descobrir o Brasil, ele já havia sido descoberto. Depende do que se entenda por descobrir. Se descobrir é quem pisou ou avistou primeiro não foi nenhum viking, chinês ou europeu a descobrir o Brasil, mas o índio, a menos é claro que se continue considerando o mundo da perspectiva eurocêntrica onde os índios não contam.
Contudo descobrir não é ocupar, avistar ou passar por um espaço, mas conhecê-lo. Itegrar-se ao meio. Algo que simplesmente fincar bandeiras, ou traçar linhas imaginárias definitivamente não faz.
Podemos ter mapeado praticamente todos os lugares do planeta e já dividido entre os estados-nações cada palmo de terra, mas desconhecemos completamente o mar. E mesmo tendo navios e satélites, tendo avistado, ocupado, mapeado e mesmo explorando e poluindo intensivamente praticamente todos os cantos deste espaço do planeta, ele ainda permanece um espaço desconhecido, ou melhor, irreconhecido do planeta.
Por um lado isso é excelente, porque é ainda um dos poucos espaços internacionais do globo, isto é, um dos poucos espaços ainda naturais não reivindicados como exclusivos por forças armadas de um país. Por outro, isto é um campo onde qualquer um pode praticar o que quiser contra tudo e contra todos, sem que ninguém possa interceder em favor de tudo e de todos.
Podemos olhar e estar todos os dias para uma coisa e jamais descobrir o que ela é. Por muito tempo o homem esteve sobre a terra, mas só descobriu que ela era redonda quem conseguiu pensar nela para além de seus horizontes planos. Óbvio que ninguém antes vivia em terras planos, mas habitava mundos planificados por mentes que viam apenas superfícies. Viveram sem nunca descobrir o que estava na frente de seus olhos e debaixo dos seus pés, e dentro do seu discernimento o mundo é redondo.
Dizem hoje que não há mais para onde ir, que as utopias só têm espaço em mundos virtuais, ou zonas autônomas temporárias, discordo e discordo como Colombo e os piratas quando simplesmente olho para o mar. Mas não há mais terras a serem descobertas! Terras não, mas mares sim. As águas internacionais podem abrigar novas utopias. Novos mundos, novos experiências em política e economia, novas sociedades fundadas na proteção de fato dos direitos humanos, e constituições não apenas com disposições mas dispositivos que garantam liberdades reais. Estados Libertários em águas Internacionais.
Uma idéia que exige uma quantidade razoável de capital, tecnologia e disposição de pessoas capacitadas política e cientificamente para isso, creio que neste século temos estas três condições. Se para utopias piratas era preciso a tecnologia da navegação, para as utopias libertarias é preciso as tecnologias das plataformas, telecomunicações, a teoria de redes. E a ecologia. Oceanografia. Bem, é preciso uma quanta considerável de conhecimento. Acho com sinceridade que construí-lo é um objetivo razoável, não como uma fuga do mundo real, mas como uma forma de construção experimental e científica, de novos contratos sociais e sistemas socioeconômicos capazes de produzir uma referencia concreta, e não apenas de papel para as políticas e empreendimentos sociais de um futuro cada vez mais próximo e rápido.
Ufanismos a parte nesta corrida em busca do descobrimento e colonização no bom sentido, se é que há alguma da palavra, do mar o Brasil é novamente privilegiado, se finalmente acordar, pode ser o primeiro país do mundo a lançar em águas internacionais um Estado Livre Libertário, Libertas que sera tamem, com tratado de proteção e cooperação econômica e científica com o Estado Brasileiro e ONU.
Possuímos todo uma costa a ser descoberta, condições, tradições de pacifismo, defesa da autodeterminação, excelência em plataformas em alto mar, e pedagogias democráticas críticas e libertárias, vide Paulo Freire, e ainda por cima pioneirismo em organizações libertárias que realizam de fato projetos libertários, como o ReCivitas -do qual este o autor deste artigo é um dos fundadores. Utopia?
Como disse Oscar Wilde "Um mapa do mundo que não inclua utopia não vale nem a pena ser visto... Progresso é a realização de utopias"
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