quinta-feira, 29 de abril de 2010

GELD FÜR ALLE! EIN BERICHT AUS BRASILIEN

Viel wird in letzter Zeit über das sog. "bedingungslose Grundeinkommen" diskutiert. Dabei handelt es sich um ein bedingungslos an jeden Bürger ausgezahltes Einkommen, dessen Höhe ein würdevolles Leben sowie soziale Teilnahme gewährleistet. Angesichts der Wandlung im wirtschaftlichen Bereich, wo immer weniger Arbeiter benötigt werden bei gleichzeitig steigender Produktivität, erscheint das Grundeinkommen als bester Ausweg aus der Falle des bestehenden Lohnarbeitsystems. Was es dazu allerdings braucht ist die Erkenntnis dass wir, wie es bereits Erich Fromm 1966 in seinem Aufsatz über ein „garantiertes Einkommen für alle" formulierte, in einer Zeit des Überflusses leben – es ist genug für alle da. Hinderlich erweist sich dabei nur unsere geistige Haltung, eine regelrechte „Psychologie des Mangels".

Einer der häufigsten Einwände dem Grundeinkommen gegenüber ist weniger wirtschaftlich motiviert als vielmehr durch Misstrauen: „Wer würde dann noch arbeiten?".

Dieser Einwand wurde von Pilotprojekten zum Grundeinkommen aufs deutlichste widerlegt.
Zwei Verantwortliche für das seit nunmehr einem Jahr laufende Projekt in Quatinga Velho in Brasilien (das als einziges Land das Recht auf ein Grundeinkommen in seine Verfassung aufgenommen hat) werden über Ergebnisse und Beobachtungen ihres revolutionären Experiments berichten. Sie gehören u.a. auch dem Organisationskomitee für den heurigen internationalen Grundeinkommenskongress an, der vom 30. Juni bis 2. Juli in Brasilien stattfinden wird.
 

SOLDI PER TUTTI – UN RESOCONTO DAL BRASILE


Molto si sta discutendo del cosiddetto „reddito di base", erogato a ciascun membro di una comunità, incondizionatamente e in misura da garantirne la sussistenza e la partecipazione sociale. Alla luce della moderna trasformazione dell'economia, che pur richiedendo sempre meno lavoratori continua a crescere in termini di produttività, il reddito di base si prospetta come l'alternativa più valida al vigente sistema reddituale. Si tratta di riconoscere che viviamo in un'era dell'abbondanza, e che uno dei nostri maggiori problemi risiede in una "mentalità della carenza", come osservò Erich Fromm in un saggio su un "reddito garantito per tutti" del 1966.

Una delle più comuni obiezioni al reddito di base denota sfiducia nei confronti del prossimo: "chi lavorerebbe ancora?".
Tale obiezione è stata ampiamente confutata dalle sperimentazioni sul reddito di base esistenti al mondo.
Due responsabili del progetto di Quatinga Velho in Brasile (unico Paese al mondo ad avere inserito il reddito di base nella propria costituzione) ci illustreranno esiti e osservazioni del loro rivoluzionario esperimento, operativo da ormai un anno. Essi fanno inoltre parte del comitato organizzatore del congresso sul reddito di base di quest'anno, che si svolgerà dal 30 giugno al 2 luglio in Brasile.

Info: http://www.bien-st.org – E-Mail: info(@)bien-st.org

 

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Capital como Direito Universal da Humanidade

Marcus Vinicius Brancaglione dos Santos
 

“Todo ser humano tem o direito de herdar a riqueza natural e humana legada por nossos antepassados comuns – a família humana. Esta herança universal, direito de gerações presentes e futuras, deverá ser transmitida e renovada de forma periódica e contínua pela sociedade, mediante a provisão garantida de uma capital incondicional para cada indivíduo, jamais inferior ao essencial para a subsistência digna, em um estado de paz, segurança e liberdade. O capital básico para que cada ser humano tenha por toda sua vida e em quaisquer circunstâncias condição e meios para cumprir os deveres e direitos inerentes ao pacto social e preservação da Humanidade.”

Considero as palavras acima expressão dos direitos mais fundamentais do ser humano. Tais palavras não constam da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas seu valor, validade e natureza não são, nem jamais poderão ser determinados pelo mero reconhecimento de Nações, ou muito menos apenas pelas ideias nele contidas.

Como toda e qualquer declaração, seu valor só se determina por seu cumprimento e sua natureza, as verdadeiras intenções, jamais poderão ser lidas no que está escrito, mas sim no que foi e, principalmente, no que continua a ser feito com o que se escreveu.

De uma mentira premeditada, a mais verdadeira ou sincera visão de um futuro a se realizar, a validade da declaração está no que se faz a partir dela. Isto que vale, das mais simples afirmações até as mais importantes declarações de princípios, como os direitos humanos, precisa de muito mais do que reconhecimento, ou Nações, para deixar de serem só palavras, precisa de pessoas dispostas a começar e continuar a colocar estes princípios em prática, dia após dia, sem se iludir ou deixar se enganar de que esses fundamentos possam surgir ou se sustentar sozinhos, ou tão pouco pela força, vigilância ou coerção de terceiros.

Princípios só se tornam fundamentais quando algo real é constituído a partir deles. Isto quer dizer que os direitos humanos só serão os fundamentos de uma nova realidade, quando constituirmos a partir destes direitos, o que só se pode construir com eles: uma Sociedade. Se os direitos humanos ficarão reduzidos a uma simples declaração de intenção, ou se de fato serão os fundamentos universais de uma nova realidade para a sociedade humana, isto é algo que com certeza não se fará por decretos ou resoluções, mas pura e tão somente pelas ações de indivíduos decididos a não esperar mais para colocar em prática estes direitos.

Não. Não serão as Nações Unidas com suas resoluções, nem muito menos as forças armadas de Nações isoladas que farão cumprir os direitos humanos, pelo contrário, serão os seres humanos livres da violência, arbitrariedade e do medo, pessoas naturais repletas do espírito pioneiro dos fundadores das Nações que o farão.  Serão estas pessoas reais que de livre e espontânea vontade darão corpo a instituição dos direitos humanos, pondo um fim ao estado primitivo de sua privação. 

Porque direitos não são criados por instituições, mas instituições criadas para garantir direitos. Institutos não têm personalidade, caráter, ética ou princípios, nem podem ter responsabilidade ou iniciativa. Instituições não possuem nada, absolutamente nenhuma propriedade ou qualidade além daquelas que atribuímos a elas. Das menores associações até as mais poderosas corporações e Estados, tudo o que têm, toda sua força e poder, não são outro senão aquilo que cada pessoa lhe empresta. Isto não quer dizer que as instituições sejam boas ou más, úteis ou inúteis, apenas lembra o quão ingênuo é acreditar que entes imaginários ―por nós criados e mantidos― façam por nós aquilo que só a vontade e o trabalho de seres reais e humanos pode fazer: dar corpo a estas entidades e lugar para seus representantes.

Cargos e instituições são formados por pessoas e não pessoas por cargos ou instituições. Dentro, ou por trás, de cada instituto não há senão à vontade e à ação de pessoas sob ou para pessoas. Na base de nossas instituições há sempre e tão somente a anuência e o trabalho de cada um de nós. Se as instituições de direitos que aspiramos serão uma realidade, ou continuam a ser ficção, idéias a se realizar, isto será determinado pela nossa ação ou omissão, o produto de nossa força de vontade e decisão e não da de representantes. Representantes não podem decidir por nós nem determinar nossas vontades, simplesmente porque tudo o quê podem fazer é representar decisões.

Representantes não decidem, e se decidem não são representantes. Delegar a responsabilidade da fundação dos direitos humanos a representantes não é, portanto, apenas um ato de alienação, mas um ato nulo, não porque estes não tenham legitimidade para instituídos, mas por uma razão ainda vez mais cabal, eles não detém o poder de fato para fazê-lo.

Ainda que de boa-fé os representantes dos governos das Nações assinassem um pacto para fazer cumprir os direitos humanos, de modo algum este documento corresponderia a sua constituição. Estados, os governos das Nações, não têm autoridade ou poder para firmar pactos sociais porque não têm as faculdades necessárias para cumpri-los. Podem até assumir o compromisso de não violar estes direitos, ou ainda de não impor barreiras para que estes sejam cumpridos, mas o poder de fato para cumpri-los só as pessoas de uma Nação possui, ou melhor, cada indivíduo de toda e qualquer Nação.

Os Direitos Humanos, como toda instituição, só se realizam no seu cumprimento, isto é, pelos atos de quem pode e decide cumpri-los: ninguém menos do que os próprios seres humanos. Pessoas naturais investidas de nenhum outro título ou qualidade além daquele que lhe é inalienável, o de serem humanos. Da parte do Estado o máximo que se pode fazer é coibir, reprimir ou punir quem por ventura venha a violar ou descumprir estes direitos, mas isso não é nem de longe o mesmo que a instituição de Direitos Humanos, nem propriamente o estado de constituição destes direitos.

Estados não constituem sociedades, sociedades constituem Estados para, em princípio, protegê-las. Se outrora, os Estados Modernos foram capazes de cumprir sua finalidade primordial não mais o são, ou melhor, não para os direitos humanos. Estados foram instituídos para proteger antes os direitos do cidadão, para só depois de todos os seres humanos.

O Estado original, constituído tão somente do monopólio da violência, não foi e nem é suficiente para garantir a paz necessária ao desenvolvimento dos Direitos do Homem. Assim como as instituições de proteção e assistência social agregadas a este não fizeram mais do que remediar os conflitos ―meros paliativos―, incapazes de constituir um estado de segurança social básico à preservação dos próprios direito civis. A paz entre nossos Estados Armados nada mais é do que a trégua entre suas guerras. E, tanto se engana quem pensa que as armas são o problema quanto quem pensa que são a solução: a guerra não nasce nem morre pelas armas, mas sim pela superação das condições primitivas de privação, geradoras dos conflitos humanos.

Entretanto a disparidade do nível de desenvolvimento bélico das Nações em relação ao nível de desenvolvimento das suas instituições sociais, não só tornam inviável a instituição de um estado universal de direitos e a Paz Mundial, mas põe em risco a segurança das Nações, até mesmo das mais desenvolvidas. Pois, o poderio das Nações para dar combate em conflitos deflagrados é imenso e avançado, enquanto o poder para neutralizar a fonte geradora dos conflitos é praticamente nulo e obsoleto.

Isto não é uma crítica. Precisamos entender que os Estados simplesmente não foram em sua origem projetados para instituir, garantir ou preservar direitos, de fato sequer foram concebidos para entrar ação em estados de direito, mas sim propriamente em estados de exceção dos direitos. A essência de seu poder é bélico, e suas instituições mais primordiais, aquelas sob os quais se sustentam em última instância todas as demais são armadas: forças armadas criadas para conquistar e manter territórios, dando combate às forças armadas de outras Nações com o mesmo fim, e forças policiais criadas para dissuadir e atacar quem atente contra a vida, propriedade e liberdade dos membros assim protegidos da sociedade. Forças concebidas, portanto, para dar combate a tudo e todos que sejam considerados uma ameaça a sociedade vigente.

Posto nestes termos o Estado pode até parecer ilegítimo, e de fato o é quando usa destas forças para sustentar ou prolongar estados de exceção, mantendo pelas armas sociedades incapazes de se manterem sem elas. Estados armados ou não, só são legítimos quando protegem o estado de direito, que não é outro senão aquele constituído com base na garantia dos direitos, ou seja, hoje a própria sociedade civil, no futuro, a humana.

A constituição de estados de direitos não se faz sob a força das armas, nem tão pouco pela mera deposição das mesmas. A instituição de uma sociedade humana capaz de prover e garantir um verdadeiro estado de direito universal, passa ao largo da extinção ou manutenção de forças armadas ou instituições resguardadas por estas.

E de nada adianta ficar sonhando com antigos estados naturais, livres e pacíficos, porque os estados primitivos são sempre de maior privação, violência, ou, por definição, de luta pela sobrevivência. Nos estados primitivos prevalece a força bruta, nos estados sociais ou civis, a provisão de direitos.

A liberdade do estado natural é tão irreal e efêmera quanto a segurança, uma mera possibilidade abstrata e não uma condição concreta. A verdadeira liberdade e segurança não se realizam naquilo que se pode ou não se pode fazer, em teoria, mas na realidade, naquilo que se têm condições de fato de fazer ou não. Segurança e liberdades reais não se produzem sozinhas, ou por normas, mas por instituições capazes de superar não apenas a brutalidade, mas os estados de insegurança e privação.  Somente em estados mais primitivos de brutalidade, a liberdade e segurança competem. Em sociedades baseadas na provisão de direitos, liberdade e segurança formam o sistema de geração de desenvolvimento humano, onde a garantia de liberdades reais produz segurança social e segurança social prevêm um novo patamar para o desenvolvimento de liberdades reais.

A segurança não é proporcional as normas que proíbem ou liberam, mas às liberdades reais que são garantidas a todos. O Estado de Paz, o fim da violência instituída, não surgirá quando banirmos as armas, mas quando estas simplesmente caírem em desuso, se tornando tão obsoletas e inúteis para os seres humanos, quanto ter presas e mandíbulas mais desenvolvidas o foram para nossos ancestrais mais primitivos.

Não teremos paz, enquanto as circunstancias usadas para justificar o uso da violência não forem extintas. Enquanto houver um único ser humano sem outras condições reais além da força bruta para prover livremente sua subsistência, não veremos um fim para a violência. Enquanto houver pessoas desprovidas das condições básicas para deixar de lutar pela sobrevivência e poder passar a competir pela riqueza. Enquanto tivermos pessoas escravizadas pela coerção ou necessidade, enquanto o trabalho for uma obrigação de tantos e não um direito de todos, não poderemos afirmar sem hipocrisia, ou ignorância de causas e consequências, que vivemos na segurança de uma sociedade humana, nem muito menos em uma sociedade livre.

A questão da Paz não se resolve pelo combate ou repressão da violência, nem muito menos pela sua cega negação, mas sim pela neutralização das fontes geradoras dos conflitos. A paz depende da progressiva erradicação das condições primitivas de perigo ou privação da vida e liberdade, da criação de estados onde exista a garantia destes direitos fundamentais a todos os indivíduos. A paz não nascerá dos sistemas de defesa, mas a partir dos sistemas de segurança social.

A Instituição dos Direitos Humanos não será constituída pelos Estados, não apenas porque os governos das Nações não detêm o poder constituinte destes direitos, mas porque somente as pessoas de um Nação, a Nação propriamente dita, em sociedade, têm o poder de fato para realizar este feito.

Estados são instituídos para proteger sociedades, e sociedades para garantir direitos. Antes de Forças armadas ou governos para atuar na exceção do estado de direito, precisamos primeiro do próprio Estado de Direitos Humanos, constituído por sociedades fundamentadas na provisão destes direitos a todos sem discriminação.

Pactos celebrados por representantes de Nações são pactos entre governos, atores políticos, cargos, não pessoas. Somente o pacto realizado entre pessoas naturais tem o poder necessário para constituir direitos de qualquer espécie, principalmente os universais. A instituição dos direitos antes de passar por papéis ou representantes precisa existir de fato nos atos que manifestam a vontade das pessoas, precisa ser real, constituídos nas bases das sociedades, presente nas relações entre as pessoas, para depois poder ser ratificada em cartas e documentos.

 Somente o pacto primordial o acordo explicito ou implícito entre pessoas que admitem, respeita e trabalha para que estes direitos sejam providos não apenas para si e seus pares, mas para todos é capaz de fundar a instituição provedora dos direitos: a sociedade.

Os direitos humanos nascerão não apenas das relações de respeito entre seres humanos, mas da ação de cada pessoa das mais diversas nacionalidades para prover esses direitos a todos os seres humanos de todas as nações, independente das distancias geográficas ou culturais que nos separem ou das diferenças entre nossas nações ou governos. Da sociedade formada não apenas da renuncia à violência, mas da renuncia à omissão perante a violência e privação do pacto social entre estas pessoas de paz para prover de fato o direito incondicional e universal à vida e à liberdade, constituir-se-á não apenas um novo estado civil, mas um estado de humanidade capaz de trazer a paz às pessoas e Nações.

Da instituição constituída por estas pessoas repletas do espírito pioneiro dos fundadores das Nações, nascerão os embriões dos sistemas de segurança social universal, os fundamentos de uma verdadeira sociedade humana, suficientemente inteligente para prover o básico a todos sem discriminação, enfim, a sociedade que será manifestação da qualidade que dá nome ao que nós somos: Humanidade.

                                                                                                     20 de Abril de 2010

A Renda Básica de Cidadania na Alemanha

A Alemanha não possui uma lei federal que torne explicito o direito a uma Renda Básica de Cidadania como no Brasil, ou melhor não possui... ainda. O parlamento alemão conta não apenas com um mas quatro defensores deste direito. E o mais importante: há iniciativas criadas por cidadãos para promover este direito e manter acesos um debate sério por todo o pais envolvendo não apenas políticos e acadêmicos, mas a sociedade como um todo, incluindo grandes empresários.

Alias o nome mais conhecido na mídia e um dos principais responsáveis pela popularização e fortalecimento da Renda Básica Incondicional é como no Brasil também um professor, mas não também um político e sim empresário, não por acaso, um dos mais bem sucedidos de toda Europa: Gotz Werner professor da Universidade de Karlsruhe e fundador da revolucionaria rede de drogarias DM.

Sim, o dono de uma biografia de sucesso, o clássico made by yourself da América, é um dos maiores defensores de uma renda básica garantida, paga a todos os cidadãos independente de contrapartidas ou condicionalidades. As razoes que levam um homem que sabe muito bem o que fazer e, sobretudo, como fazer dinheiro, a defender uma renda básica incondicional é algo que vale a pena refletir e estudar. (Nota: por isso mesmo já passa da hora de termos uma edição em língua portuguesa do seu livro (Renda Para Todos), devidamente prefaciado pelo nome mais conhecido da Renda Básica no Brasil, o senador Eduardo M. Suplicy.)

Contudo, ao contrário do Brasil, onde a RBC conta  apenas com o Senador Suplicy que luta quase sempre sozinho, ou para não ser injusto, as vezes com um exercito de ‘brancaleones’, Gotz Werner não esta sozinho. Sua proposta para colocar a RBC em prática não só conta com diversos apoiadores, como inclusive não é a única: além do modelo de tributação proposto pelo Prof. Gotz Werner, há ―literalmente― espaço para se debater todos os modelos tributários capazes de viabilizar uma renda incondicional.

Cabe ressaltar que esse debate sobre o melhor modelo de tributação para a RBC não se reduz a um mero: de onde vamos tirar o dinheiro para pagar a Renda básica? quem vai pagar? Nem muito menos qual o novo imposto que será inventado?  É sim uma verdadeira discussão sobre reformulação do sistema tributário, e talvez até do sistema de seguridade social.  

Arrisco-me por esta razão até a dizer que se (ou quando) a RBC for promulgada na Alemanha, ela não apenas sairá imediatamente do papel como não irá apenas se restringir a um programa assistencial de transferência de renda governamental. Poderia até ser a base de todo um novo sistema de proteção e seguridade social capaz de superar as limitações intrínsecas tanto do modelo bismarkiano quanto do welfare estate.

Claro, que minhas previsões não valem nada, pois faz tempo que não sou nem quero ser um observador isento – precisamos de mais players e menos observadores, isentos ou não―. Logo, minha visão pode ser considerada fruto de uma projeção de anseios sobre a Renda Básica de Cidadania não só para Alemanha, mas evidentemente para o Brasil e porque não? para todas as Nações do Mundo.

Contudo anseios a parte, que ninguém se surpreenda se a Alemanha der esse salto muito antes do Brasil, mesmo sendo relativamente mais fácil em números (não em resistências)  para nosso pais realizar essa conquista. A saber: o valor proposto para uma possível renda básica incondicional na Alemanha gira em torno de 1000 euros por pessoa. Só para se ter uma idéia: nos projetos pilotos da RBC na Otiviero-Omitara na Namíbia e Quatinga Velho Brasil no ano passado o valor pago foi algo em torno de 10 e 12 euros respectivamente, não são valores ideais, mas ainda sim é um começo real.

Entretanto, antes que os brasileiros complexados de plantão, digam que os alemães ou europeus tem um debate sobre a RBC muito mais sério e maduro do que nosso, porque eles são mais desenvolvidos, educados ou ricos do que nós, faço questão de adiantar que é justamente por haver entre eles um número considerável de pessoas prontas a rejeitar veementemente esse tipo de generalizações estúpidas, preconceituosas e perigosas, que eles conseguem elevar o nível do debate sobre RBC.

Diria sobretudo que a Alemanha sabe melhor do que qualquer Nação do mundo o quão perigoso é se enveredar pela senda da discussão sobre tipos ou classes de pessoas que podem, devem ou merecem ter seus direitos fundamentais garantidos. Creio que a Alemanha historicamente sabe onde esse tipo de discriminação estatal pode levar se não for cortada pela raiz, logo no começo, ainda quando é quase que produto inconsciente de complexos, ou como diria outro, das melhores das intenções - se esquecendo que em nome das “melhores intenções” se produziram as piores barbaridades contra a humanidade, inclusive no Brasil.

Na Alemanha falar de uma Renda Básica que não seja incondicional não apenas não faz sentido, como pode, por vezes, até mesmo soar quase como uma proposta de violação de direitos e liberdade inalienáveis não apenas do cidadão, mas do ser humano. E justiça seja feita: a exceção de uma minoria que se vale da miséria para sustentar seus privilégios imorais, e as vezes ilegais, tenho certeza que para a maioria dos brasileiros também não será diferente, principalmente quando pusermos fim a essa campanha ridícula de desinformação e todos finalmente pudermos ter acesso a informação correta do que é a renda básica de cidadania: um direito fundamental de todo ser humano.

Talvez então tenhamos não apenas mais políticos fazendo da RBC sua plataforma de campanha, como na Alemanha, ou mais empresários do valor e porte de um Gotz Werner suficientemente esclarecidos para perceber as vantagens da renda básica incondicional. Talvez até tenhamos algo ainda mais importante do que apoio de políticos ou empresários: teremos mais cidadãos dispostos a renunciar a suas merecidas horas de lazer para discutir com seriedade como garantir seus direito a uma renda incondicional como nas cidades e iniciativas da RBC que nos receberam de braços abertos.

Quem sabe não teremos  até cidadãos capazes ate de tomar decisões tais como: de não votar em quem não esteja disposto a pô-la em pratica; nem comprar de empresas que não estejam a pagar por ela - não  nos esquecendo, primeiro que muitas empresas já estão pagando em impostos um valor muito maior do que o necessário para uma renda básica; e segundo que essa clássica questão de como fazer o dinheiro do contribuinte voltar para o cidadão sem se perder na corrupção ou burocracia se resolve com a incondicionalidade e transparência absolutas.

Cidadãos dispostos a constituir verdadeiros movimentos de base que tivemos a felicidade de conhecer e nos conectarem nossa excursão pela Europa, não apenas nas cidades da Alemanha, mas na Suíça, Itália, Dinamarca e Inglaterra. Iniciativas que aqui no Brasil tivemos a oportunidade de participar em Santo Antonio do Pinhal: um movimento de base mantido por não mais que três voluntários e iniciado pelo esforço pessoal de uma única cidadã Marina Nóbrega, e que não por acaso, culminou na aprovação da primeira lei municipal de garantia de uma Renda Básica de Cidadania. Uma cidadã, três voluntários: foram capazes de mobilizar políticos e colaboradores para garantir um direito fundamental em sua cidade. O que poderiam fazer os cidadãos de todo uma Nação?

O que não podem fazer os cidadãos do Mundo? Pessoas que não estão mais dispostos a ficar esperando que sua renda básica seja lhe dada graça da boa vontade de seus representantes; O que não podem fazer os cidadãos do Mundo dispostos não apenas a pagar para que seu povo tenha seus direitos garantidos, mas para que ate mesmo pessoas em outros países como Namíbia ou Brasil também tenham acesso ao mesmo direto? mesmo sabendo que no Brasil temos condições de fazê-lo com seus próprios recursos? Pessoas que decidiram adotar uma renda básica de cidadania por tempo indeterminado, ou que movimentaram suas redes sociais para dar visibilidade para nosso projeto experimental da RBC em Quatinga Velho, mesmo sabendo que no Brasil temos pessoas com condições mais do que suficientes para fazer o mesmo?

Voltamos de nossa excursão da Europa felizes por saber que não estamos sozinhos, e com uma pergunta quando os brasileiros que tem condições vão acordar para o fato que nosso povo e tão digno de confiança quanto qualquer outro. Quando nós vamos acabar com as condições degradantes de nosso povo, para podermos enfim assumir também, a nossa responsabilidade no Mundo e passar a pagar para que qualquer ser humano em qualquer lugar do planeta, brasileiro ou não, tenham seus direitos fundamentais garantidos?

Quando decidimos iniciar o pagamento da RBC em Quatinga Velho com nossos poucos recursos não apenas financeiros, mas humanos, quando decidimos dispor de todo nosso capital e trabalho não para um ser humano abstrato, de papel, mas o ser humano real, as pessoas que estavam próximas a nos literalmente dentro do nosso alcance e possibilidades de garantir uma renda básica incondicional para todos moradores de uma mesma comunidade sem nenhum tipo de discriminação, sabíamos que estávamos tomando a decisão mais acertada do ReCivitas, mas jamais imaginaríamos que por causa dela, teríamos a oportunidade de contribuir de forma tão significativa para um movimento tão importante não apenas para o Brasil, mas para o Mundo.

Dias 30 de Junho, 01 e 02 de Julho em São Paulo - Brasil, se realizara na Universidade São Paulo - USP  o 13°. Congresso da BIEN Basic Income Earth Network. Uma grande oportunidade para abrir nossos ouvidos para o que é uma verdadeira sociedade civil e segurança social  em um Estado capaz de cumprir de fato sua finalidade primordial: garantir a vida e a liberdade de seus cidadãos.

Marcus Vinicius Brancaglione dos Santos                                                                           05 de Abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

Globales Dorf Grundeinkommen

14.04.10 | von Christoph Schlee |

BGE-Dorfprojekte als Wegweiser

Argumente gegen die Aussagekraft von Grundeinkommens-Praxismodellen hat Götz Werner unter dem Stichwort „Labormethode" in seiner Zwischenbilanz zum Grundeinkommen an dieser Stelle im Oktober 2008 veröffentlicht. Dennoch lässt sich kaum bestreiten, dass Pilotprojekte die Diskussion um ein Grundeinkommen beleben. Bislang hat in dieser Hinsicht vor allem das Otjivero-Dorfprojekt in Namibia Aufmerksamkeit erzielt, das seit mehr als 2 Jahren ein Grundeinkommen an seine Bewohner auszahlt.

Nun wurde auch ein Dorfprojekt in Brasilien durch den Besuch der NGO ReCivitas in Europa bekannt, Quatinga Velho in der Nähe von Sao Paulo. Auch in Quatinga Velho liegen über eineinhalb Jahre Erfahrungen mit Grundeinkommenszahlungen vor.

Beide Projekte sind notwendig für die Überzeugungsarbeit gegenüber den jeweiligen Regierungen, das Grundeinkommen landesweit einzuführen. So besuchen in Namibia Delegationen von Politikern gelegentlich das Dorf – und verlassen es oft nicht wenig beeindruckt. Kein Modellprojekt – keine (sinnlich) greifbaren Argumente, könnte man überspitzt formulieren.

Die landesweite Einführung des Grundeinkommens in Namibia oder Brasilien wäre ein Meilenstein für die Grundeinkommensbewegung. Vor allem, wenn das Grundeinkommen nicht – wie in Alaska praktiziert oder in der Mongolei diskutiert – in erster Linie den Ertrag von Bodenschätzen des Landes verteilt, sondern die Bekämpfung der Armut und soziale Teilhabe in den Mittelpunkt stellt.

Was in Namibia oder Brasilien praktiziert würde, könnte für Länder mit ähnlichen Bedingungen ansteckend wirken – eine neue Perspektive zur gezielten Bekämpfung von Hunger und Armut. Auch Überlegungen für ein weltweites Grundeinkommen könnten dadurch neuen Auftrieb erhalten.

Die Globalisierung der Grundeinkommensdiskussion trägt auch dazu bei, Praktiken unserer Weltwirtschaftsordnung zu hinterfragen. Werden Länder wie Namibia oder Brasilien von der Weltbank oder der Welthandelsorganisation weiter zur rückhaltlosen Öffnung ihrer Märkte für den Welthandel gedrängt, sind die Erfolge beim Grundeinkommen für den Aufbau einer lokalen Ökonomie schnell ad absurdum geführt. Ob es sich um Dumpingangebote chinesischer Textilprodukte oder um europäische Agrarprodukte handelt, auch durch ein BGE geförderte kleine lokale Unternehmen wären gegen die übermächtige Konkurrenz vermutlich chancenlos.

Ländern ohne vorhandene Sozialsysteme ermöglicht das Grundeinkommen, von vornherein, Fehlentwicklungen in den Industriestaaten zu vermeiden: schwerfällige und kostspielige Sozialbürokratien obrigkeitsstaatlichen Ursprungs, die bei uns im Laufe von Jahrzehnten aufgebaut wurden, sind dort wenig attraktiv und kaum bezahlbar, auch aufgrund der dortigen Erfahrung mit Ineffizienz und Korruption staatlicher Institutionen. Die unbürokratische und effiziente Auszahlung des Grundeinkommens (wie in Otjivero mit Hilfe von Chipkarten und Fingerabdruck-Scannern) ist neben den Aspekten individueller Freiheit und sozialer Teilhabe in wirtschaftlich schwächeren Ländern ein wichtiges Argument für einen sozialpolitischen Neuanfang.

Quatinga Velho, Brasilien – eine NGO verteilt Grundeinkommen

Was für Afrika Namibia ist, ist für Lateinamerika Brasilien. Kaum zufällig, dass die Grundeinkommensdebatte besonders intensiv geführt wird, wo der größte Gini-Koeffizient vorhanden ist (Namibia ist Nr. 1, Brasilien Nr. 3 – der Koeffizient gibt an, wie weit die Schere zwischen Arm und Reich auseinander geht). Die Notwendigkeit eines Grundeinkommens für alle wird gerade da besonders evident, wo eklatanter Reichtum und extreme Armut nebeneinander existieren.

In Brasilien wurde das Grundeinkommen schon 2004 in der Verfassung festgeschrieben, nachdem ein öffentliches Sozialwesen jahrzehntelang fehlte. Mittlerweile existiert mit „bolsa familia" ein staatlicher Entwurf. Er hilft die Not lindern, wo der Bedarf institutionell ermittelt wurde, ähnelt damit aber eher der bei uns bekannten Sozialhilfe als dem Grundeinkommen.

Die Bedürfnisprüfung wird bei „bolsa familia" strikt an Bedingungen gekoppelt: Teilnahme an Ernährungs-, Impfungs- und Alphabetisierungsprogrammen, Schulbesuch, fester Wohnsitz und die Unterschreitung einer bestimmten Einkommenshöhe. Ein Rechtsanspruch auf das Familieneinkommen besteht jedoch nicht (siehe dazu unser Artikel). Vom in der Verfassung fixierten Grundeinkommen ist man also noch weit entfernt.

In der brasilianischen Politik gibt es jedoch auch Unterstützung für ein bedingungsloses Grundeinkommen, zum Beispiel gilt die mögliche Nachfolgerin von Präsident Lula, Dilma Rouseff als Sympathisantin (siehe unsere Meldung. Ob es tatsächlich Aussichten für die Einführung des Grundeinkommens „von oben" gibt, bleibt ungewiss. Gerade in einem ähnlich wie in Namibia „schwebenden Verfahren" mit unklarem Ausgang liefern Praxisprojekte wichtige Argumente: sie machen anschaulich, was sonst nur theoretisch verhandelt wird.

Ende Juni findet in Sao Paulo der Grundeinkommenskongress des weltweiten Basic Income Earth Networks (BIEN) statt. 50 Kilometer entfernt wird im Schatten der großen Metropole seit Oktober 2008 das Grundeinkommen im Dorf Quatinga Velho getestet. Dabei ist „Test" für das Projekt nicht das richtige Wort. Bruna Pereira und Marcus Brancaglione dos Santos von der NGO ReCivitas wollen das Grundeinkommen in einigen Dörfern dauerhaft etablieren.

Die Regierung soll einsehen, dass die Projekte funktionieren und ihrem Verfassungsanspruch nachkommen, das Grundeinkommen landesweit einzuführen. Ihre Kontakte zur Regierung laufen auch über Senator Eduardo Supplicy, der als BGE-Befürworter den Verfassungsartikel zum Grundeinkommen entscheidend vorangebracht hat.

Wie unterscheidet sich Quatinga Velho von Otjivero? Das brasilianische Dorf ist kleiner, rund 100 Einwohner leben hier unter ähnlich ärmlichen Bedingungen. Hütten und wenige Steinhäuser prägen das Dorf, es gibt einige kleine Anbauflächen für die Landwirtschaft. Getragen wird das Projekt nicht von einer großen landesweiten Allianz, sondern von der kleinen NGO. Die Finanzierung läuft über ein Netzwerk von NGO's und einen Kreis von Freunden. Organisationskosten und der eigene Lebensunterhalt werden durch das Betreiben des Internetkanals „tvong":http://www.tvong.com/ bestritten.

Noch mehr als das Namibia-Projekt ist Quatinga Velho ein Basisprojekt „von unten". Bruna und Marcus zahlten das Grundeinkommen zunächst nicht an alle Dorfbewohner aus, sondern nur an diejenigen, die wollten – am Anfang waren das 27 Menschen, jetzt (nach 18 Monaten) sind es über 60, fast das ganze Dorf.

Die Auszahlung wird nicht wie in Namibia an einem zentralen Ort mit moderner Technik gehandhabt. Die beiden Initiatoren ziehen am Anfang des Monats von Haus zu Haus, und drücken den Bewohnern das Geld persönlich in die Hand. Die Höhe ist dabei fast identisch mit Otjivero: rund 12 Euro pro Person. Eine höhere Summe wäre nach Angaben der NGO zwar eigentlich notwendig, würde aber bedeuten, die Auszahlung insgesamt zu gefährden.

Für jeweils ein Jahr garantiert die NGO bislang das Grundeinkommen, dann wird geschaut, ob das Geld reicht. Die Ansprüche auf das staatliche Programm „bolsa familia" sind dadurch nicht berührt – das Grundeinkommen wird als Zuwendung einer NGO nicht als Einkommen angerechnet. Umgekehrt zahlt die Initiative in jedem Fall das BGE: ob jemand „bolsa familia" erhält oder arbeitet, natürlich auch für Kinder und Alte – für jeden, der will.

Trotz der niedrigen Höhe des Grundeinkommens sind die Erfolge greifbar – auch hier bestehen viele Parallelen zu den Erfahrungen in Otjivero: Die Ernährung wird reichhaltiger, Schulgeld kann bezahlt werden, viele Kinder haben zum ersten Mal Schuhe an den Füßen, eine kinderreiche Familie kann die Hütte in Eigenarbeit ausbauen, Ziegen oder Hühner werden angeschafft. Sogar der Bus, der bisher an dem armen Dorf vorbeifuhr, hält plötzlich dort an – die Gründe dafür kennen Bruna und Marcus selbst nicht.

Wichtig ist beiden, dass das Grundeinkommen nicht falsch verstanden wird. „Am Anfang wollten die Bewohner sich bei uns bedanken, als wir das Geld gebracht haben", so Marcus. Er habe den Dank aber zurückgewiesen. „Mir war wichtig, deutlich zu machen, dass das Grundeinkommen kein Almosen ist, sondern ein Rechtsanspruch", betont der 35jährige, der an der Universität einen Philosophieabschluss gemacht hat.

Seine Freundin Bruna, gelernte Biologin, beobachtet seit Einführung des Grundeinkommens viele Änderungen: Die Menschen reden viel mehr untereinander, mittlerweile ist bei den Bewohnern sogar Stolz und Selbstbewusstsein spürbar, weil sie in Quatinga Velho leben.
Das mag auch daran liegen, dass manchmal Politiker wie Eduardo Supplicy zugegen sind, um den Erfolg des Projektes zu begutachten. Aber die Bewohner wissen auch durch die Aufklärungsarbeit von ReCivitas, dass das Dorf mit dem Grundeinkommen einen Verfassungsanspruch einlöst.

Dabei war die Skepsis bei der ersten Versammlung groß, die von ReCivitas in einem Wohnhaus einberufen wurde, damit auch körperlich Gebrechliche und Gehbehinderte an dem Treffen teilnehmen konnten. Die Bewohner glaubten zunächst, dass das Projekt Teil einer Wahlkampagne sei – „Für wen sollen wir abstimmen?" wurde gefragt. Auch Vermutungen, die Projektleiter wollten Mafia-Gelder in Umlauf bringen, gingen herum. Als die Zahlungen jedoch regelmäßig Monat für Monat geleistet wurden und man sich persönlich kennen lernte, wuchs das Vertrauen.

Wichtig ist Bruna und Marcus auch, das Projekt nicht von der Hauptstadt Sao Paulo aus zu betreiben, in der sie früher gelebt haben. In Sao Paulo ist der Lebensunterhalt viel teurer und würde ein Großteil des Geldes aufzehren, der für das Dorf benötigt wird. Ein anderes Argument ist vielleicht ebenso wichtig. Dadurch dass sie im Nachbardorf Paranapiacaba wohnen, können sie regelmäßig am Ort sein und ein weiteres Projekt durchführen, das in engem Zusammenhang mit dem Grundeinkommen steht. Jedes Wochenende bringen sie in ihrem Wagen Spielzeug nach Quatinga Velho, das an die Kinder verteilt wird.

Entscheidend bei „Toys" ist, dass die Spielsachen niemand privat besitzt, und damit andere ausschließt, sondern dass sie von Kind zu Kind weitergegeben werden. Genauso wie bei dem Bibliotheksprojekt, das darin besteht, an die Kinder Bücher auszugeben, die nach dem Lesen von einem zum anderen zirkulieren. „Spielzeug und Bücher sind für die Kinder viel wichtiger als Geld. Sie sollen daran lernen, das was ihnen wichtig ist, mit anderen zu teilen", erklärt Bruna die Philosophie der Kinderprojekte.

Natürlich ist den Projektbetreibern von ReCivitas klar, dass sie das Grundeinkommen in Brasilien nicht im Alleingang durchsetzen können. Nur eine überschaubare Zahl von Dörfern kann „von unten" mit dem Grundeinkommen vertraut gemacht werden. Die Grundeinkommensdörfer sind jedoch wichtige „lebende Labore", Beweisträger dafür, dass die Idee auch in der Praxis von den Menschen aufgenommen wird.

Auch uns in Deutschland sollte klar sein, dass eine Idee nicht völlig abstrakt – auch nicht durch noch so gute Werbekampagnen – unter die Menschen kommen kann. Wie in der Umweltbewegung, in der die Menschen angefangen haben, über den politischen Protest gegen Atomenergie hinaus in Landkommunen ökologische Landwirtschaft zu betreiben oder die ersten kleinen Windräder zu bauen – eine Praxis, die heute Früchte trägt. Eine Vision wie das Grundeinkommen benötigt ebenfalls Orte, in denen es vorgelebt wird.

Förderpartnerschaft mit Quatinga Velho

Es ist gut, dass zahlreiche Möglichkeiten genutzt werden, um für das Grundeinkommen aktiv zu werden. Monopole auf die beste Methode sind unnötig: wer etwas unternimmt, sollte Unterstützung bekommen, falls das Vorhaben nicht vollkommen sinnlos erscheint. Ideen und Projekte brauchen Zeit und Vertrauen, was ja auch für das Grundeinkommen selbst gilt.

Die länderübergreifende, globale Zusammenarbeit ist dabei eine enorme Chance. Bruna und Marcus haben ihr Projekt in Brasilien entwickelt und zunächst ausschließlich in ihren dortigen Netzwerken umgesetzt. Lange Zeit haben sie außerhalb Brasiliens kaum Öffentlichkeitsarbeit gemacht, so dass das Projekt bis Anfang des Jahres hier nahezu unbekannt war.

Der Kontakt im Internet mit BGE-Aktivisten aus Südtirol hat Bruna und Marcus angeregt, ihre dreimonatige Tour durch Europa zu starten, die sie bis Mitte März durch zahlreiche Städte Deutschlands, aber auch nach Italien, Österreich, die Schweiz, Dänemark und England geführt hat. Befragt zu ihren Erfahrungen äußerten beide, wie erstaunt und erfreut sie über die breite „wirkliche Bewegung" in Deutschland seien, die ein „tatsächliches Verständnis" von Grundeinkommen gezeigt hätte. Auch die vielen konkreten Fragen, die vom solidarischen Mitdenken geprägt waren, hätten ihnen weitergeholfen. Die intensiven menschlichen Kontakte, die spannenden gemeinsamen Veranstaltungen und Aktivitäten haben beiden Seiten neue Horizonte eröffnet.

In Köln hat sich unsere Grundeinkommensinitiative, die Bruna und Marcus zu einer Veranstaltung eingeladen hat, von ihrem Bericht, aber auch von ihrem persönlichen Engagement begeistern lassen. Wir haben beschlossen, das Demonstrationsprojekt Grundeinkommen in Brasilien auch finanziell zu unterstützen.

Spontan ergab sich die Möglichkeit, ein eingehendes Gespräch mit den Brasilianern und den Verantwortlichen der Zukunftsstiftung der GLS Treuhand zu führen. Vor allem die Nachhaltigkeit des Projektes, die Unabhängigkeit von den Projektmachern und die Gemeinschaftsbildung war der GLS Bank Voraussetzung, um eine Förderung des Projektes in Deutschland zu begleiten und mitzutragen. Mittlerweile hat sich die Stiftung in Absprache mit den Brasilianern davon überzeugt, dass das Projekt auf dem richtigen Weg ist.

Unsere Förderpartnerschaft soll dabei helfen, dass Quatinga Velho ab 2011 aus Deutschland finanziert werden kann. Damit wird es für ReCivitas möglich, ein weiteres Projekt zu starten, das die NGO in der Nähe ausfindig gemacht hat. Das zweite Dorf kann dann von vornherein in Kooperation mit einer Hochschule evaluiert werden. So wird die Öffentlichkeitswirkung in Brasilien auf eine breitere Basis gestellt und das Grundeinkommens-Labor gestützt.

Die Projektpartnerschaft soll aber nicht nur die Diskussion in Brasilien durch ein Praxisprojekt voranbringen. Und Geld steht dabei nicht so sehr im Vordergrund. Sehr wichtig erscheint uns in Köln dabei der Aspekt, eine länderübergreifende Vernetzung innerhalb der Grundeinkommensbewegung aufzubauen, die weniger – wie beim Netzwerk BIEN – auf der wissenschaftlichen Ebene stattfindet, sondern praktische Züge trägt. Wichtig sind dabei neben persönlichen Kontakten auch aktuelle Informationen aus den jeweiligen Ländern und Projekten, Bewertungen und politische Trends, Erfahrung im Umgang mit Gegnern oder Hindernissen sowie der stetige Ausbau der Vernetzungen.

Die wachsende politische Grundeinkommens-Bewegung in Deutschland, Österreich und der Schweiz sowie die Praxismodelle in Namibia und Brasilien bilden eine gute Basis, einen Ausgangspunkt für neue Vernetzungsformen. Die Kontakte werden bereits geknüpft über die Website von tvong, über youtube wie auch über facebook, auch über die Seiten von Netzwerk Grundeinkommen und Kölner Initiative Grundeinkommen. Möglich ist auch, eine eigene Plattform für Grundeinkommens-Praxismodelle ins Leben zu rufen. Darüber hinaus ist auch die Organisation finanzieller und politischer Unterstützung interessant, die in unterschiedliche Richtungen verlaufen kann.

Interessant waren zum Beispiel Hinweise von ReCivitas, dass auch Kontakte zu Initiativen in Indien oder anderen Ländern Lateinamerikas bestehen, in denen ebenfalls Grundeinkommensprojekte entstehen können. Auch der unmittelbare Austausch durch gegenseitige Besuche, vielleicht auch bald durch direkte Projektzusammenarbeit im Bereich des Grundeinkommens, erscheint perspektivisch möglich. Als Langzeitperspektive ist eine global ausgerichteten Grundeinkommensstiftung denkbar, die Projekte weltweit fördert, evaluiert, dokumentiert, vernetzt und öffentlich macht.

Doch zunächst gilt es, die Kooperation für Quatinga-Velho voranzubringen. Hier die Fakten: Etwa 12 000 Euro werden für die Finanzierung des Dorfprojektes für 2011 benötigt, inklusive Geldtransfer kostet ein Grundeinkommen pro Monat und Person rund 13 Euro – 78 im Halbjahr, 156 Euro pro Jahr. Auf der Seite der Kölner Initiative veröffentlichen wir demnächst den aktuellen Förderstand.

Die Gelder fließen unmittelbar zu 100 Prozent an die Menschen, die Organisations- und Personalkosten werden komplett durch den Internetkanal getragen. Optimal wäre, wenn sich Förderer bereiterklären, die Zahlungen auch in den nächsten Jahren zu leisten, damit das Projekt eine längerfristige Perspektive hat.

Die Zukunftsstiftung der GLS Treuhand stellt eine Spendenbescheinigung aus. Die Überweisung erfolgt direkt an die
Zukunftsstiftung Entwicklungshilfe, Konto-Nr. 12 330 010, BLZ: 430 609 67, GLS Gemeinschaftsbank e.G. Spendenzweck: Grundeinkommen Brasilien.
Wer sich beteiligt, bekommt monatlich einen aktuellen Newsletter vom Projekt, auch konkrete Möglichkeiten zum Besuch des Dorfes vor Ort werden wir für Förderer erschließen. Nähere Informationen, auch ein Filmclip, findet sich auf den Seiten der Kölner Initiative Grundeinkommen.

Bei meinem Aufenthalt in Quatinga Velho nach dem BIEN Kongress in Sao Paulo werde ich in einer Filmdokumentation die Situation in Quatinga Velho noch einmal anschaulich zusammenfassen, die in einer kleinen Förderkampagne in verschiedenen Städten zu sehen sein soll. Auch im Fernsehen wird möglicherweise ein kleiner Beitrag gesendet werden.

Ähnlich wie bei der südafrikanischen Vernetzung in Namibia bestehen bei der NGO ReCivitas ebenfalls Kontakte zu anderen lateinamerikanischen Initiativen. Auch in anderen Ländern des Kontinents erscheint die Einführung des Grundeinkommens machbar, zunächst natürlich die Etablierung von Praxisprojekten, an denen sich die Diskussion entzünden kann. Mit der Stabilisierung des Dorfprojektes und dem Aufbau einer Vernetzung können sich also auch Perspektiven in größerem Maßstab eröffnen.

Die Möglichkeit, weltweit Grundeinkommensprojekte zu initiieren und miteinander zu vernetzen, scheint eine erfolgversprechende Ergänzung zur traditionellen Strategie zu sein, auf Politiker und Regierungen mittels wissenschaftlicher Studien und politischer Aktionen einzuwirken. Gerade die neuen Medien könnten das Entstehen und Zusammenwachsen einer weltweiten „Basic Income Community" ermöglichen, die Politikentwürfe an der Basis erprobt und global diskutiert, anstatt auf Entscheidungen der Parlamente fixiert zu bleiben.

domingo, 4 de abril de 2010

Quatinga Velho - Basic Income Trip

Colocando em pratica os conceitos de REDE foi realizado ciclo de palestras pela Europa

 

Europa (2010)

 "Grundeinkommen und soziale Emanzipation" 

Convidado por: Verdi Grüne Verc e Netzwerk Grundeinkommen Südtirol (bien/st).

Localização: Bolzano, Italia.

 

 "Reddito di cittadinanza ed economia solidale" 

Convidado por: Istituto per la giustizia, la pace e la salvaguardia del creato

in collaborazione con il Network per il Reddito di Base Sudtirolo (bien/st) con o Istituto per le Scienze Religiose

Localizacao: Bolzano, Italia.

 

 "Projeto piloto da Renda Básica em Quatinga Velho, Brasil"
Convidado por: Unternehmen mitte e Initiative Grundeinkommen

Local: Basiléia, Suíça.

 

 "Experiência pioneira da Renda Básica no Brasil"

Convidado por: Institut für Entrepreneurship, Univeristät Karlsruhe.

Localizacao: Karlsruhe, Alemanha.

 

"Bedingungsloses Grundeinkommen in Brasilien"

Convidado por: Forum Grundeinkommen Koln

Local: Colônia, Alemanha.

 

"Experiência pioneira da Renda Básica no Brasil"

Convidado por: Hochschule fur Bildende Kunst Dresden (HFBK Dresden)

Local: Dresden, Alemanha.

 

"Bedingungsloses Grundeinkommen in Brasilien"

Local: Berlim, Alemanha

 

"Projeto piloto da Renda Básica de Cidadania em Quatinga Velho, Brasil"

Local: Hamburgo, Alemanha

 

"Experiência pioneira da Renda Básica no Brasil"

Local: Bremen, Alemanha

 

"Grundeinkommen in Brasilien"

Convidado por: Forum Grundeinkommen

Local: Braunschweig, Alemanha.

 

Reunião anual da BIEN Dinamarca (Basic Income Earth Network)

Local: Copenhagem, Dinamarca.

 

"Experiência pioneira da Renda Básica no Brasil"

Convidado por: University of Sussex, Institute of Development Studies

Local: Brighton, Inglaterra.

 

"Grundeinkommen in Brasilien"

Local: Munich, Alemanha