quarta-feira, 11 de março de 2015

Impeachment ? Só? Quero Democracia Direta e Econômica

Impitimar a Presidente? Por que só ela? Por que não todos? Não sejamos tímidos nem covardes. Os problemas não nasceram com ela, e não vão morrer com ela. Vamos direto ao ponto: Por que não impitimamos todos os políticos? Por que cortar a cabeça da rainha para entregá-la a outros projetos de poder e sua corte? Que a presidenta fique então? Não que ela caia; e leve junto com ela, não apenas seu partido, mas todos - de situação e oposição; leve como ela todos os projetos de poder: de agora, antes e depois. Que ela vá para o buraco e carregue seus amigos e inimigos, todos capazes de fazer qualquer coisa para voltar ou ficar no poder. Que afundem com o próprio poder. Não quero cabeças rolando, quero o fim dos tronos. Por isso, cacem não apenas os presidentes, mas toda a classe de parasitas destes sistemas políticos de burocracia estatal e paraestatal. Que se dê um fim a este ridículo teatro da representação política e seu culto as personas e poderes. Que se extingam todos os cargos eletivos e comissionados; que fiquem somente os servidores públicos; quem realmente trabalha e faz a coisa pública funcionar apesar de todo roubo e burocracia. Que se liberte o serviço público e o bem comum da corrupção do poder central; que o público se torne social, eficientes e competitivos; e sejam diretamente reguladas por disposições constitucionais claras e objetivas, propostas e financiadas diretamente pela população sem a intervenção dos inúteis e nocivos representantes legislativos e executivos. Deixemos as pessoas coexistirem em paz sem impor governos e administrações umas as outras. E para todas as decisões que exigem a participação de todos, que não haja mais ditaduras de maiorias ou minorias, mas a permanente negociação. Aliás, como fazem os governos que não querem ser derrubados: não impõem, negociam. Que então, o quê se tem de fazer na prática, se faça como dever constitucional e direito de todos, mas sem atravessadores, por favor: Que o direito pleno a livre negociação e associação de paz constituam nosso estado de direito. E se ainda assim precisarmos de tecnocratas como os Levys da vida para governar de fato (o que duvido, mas se...), que o poder de colocá-lo e tirá-los sejam da sociedade e não dos governantes fantoches ou reféns do mercado. Se quem governa de fato são as forças do mercado (e não somos mais estúpidos para acreditar no contrário) que então abandonemos esta hipocrisia cretina do poder central e passemos a participar da política onde ela de fato é feita e decida: nos mercados. Não deixemos um partido único no poder, nem dois, nem vários, eliminemos todos intermediários e atravessadores, acabemos com o engodo das eleições e passemos também nós, o povo a exercer nossos direitos político-econômicos não pela falsidade do voto, mas pela realidade do capital, o mesmo poder de verdade com que as pessoas livres de fato fazem valer seus direitos naturais e sociais. Chega de assistir e pagar por esse teatro ridículo e imbecilizante da representação política. Adotemos imediatamente a verdadeira democracia: a econômica. Direitos políticos são uma ficção sem a garantia dos direitos econômicos. Precisamos de direitos plenos de associação político-econômica e acesso garantido aos meios vitais e naturais, o capital, para participar como cidadão das decisões políticas exatamente como quem controla o poder político o faz: na economia, participando com o capital do mercado financeiro e influenciando o destino do país através das suas associações financeiras. Passemos a exercer o controle político exatamente como os capitalistas o fazem, porque como eles, somos seres humanos e cidadãos com direito de acesso aos meios vitais e ao bem comum: o capital. Que possamos nos associar e dissociar em paz e liberdade. Que as pessoas naturais em sociedade possam competir diretamente no mercado sem o protecionismo do poder central às corporações privadas e estatais. Que as pessoas de verdade não tenham seus direitos humanos desintegrados apenas para se reproduzir como mão-de-obra e consumidores, mas que tenham direito o fundamental ao capital devolvido para poder competir num verdadeiro mundo livre sem monopólios, num verdadeiro livre mercado social. Não é preciso redistribuir nada, não é preciso tirar nada de ninguém é só pagar o que é nosso por direito como verdadeiros donos do patrimônio publico, pagar nossos dividendos sociais para cada pessoa e deixar que nos associemos para competir não só com os monopólios privados, mas com os monopólios estatais que nós mesmos bancaremos nossos interesses particulares e comuns de acordo como nossos interesses sociais. É participando dos mercados não apenas como mão de obra e consumidores, mas como cidadãos detentores de capital e membros de sociedades financeiras mutuais com capacidade de gerar e bancar as demandas econômicas e políticas que garantiremos enfim nossos direitos humanos mais fundamentais. A política nas democracias continua sendo feita, nos mesmos lugares desta sua origem clássica: nas praças públicas e ruas, que vez ou outra são palco de revolta e manifestações, mas no dia a dia, pertencem aos mercados. Quem manda nos territórios é quem ocupa o espaço publico; e quem ocupa o espaço democrático cotidianamente são os livres mercados, não estatizados nem liberais, mas sociais. A libertação não é dada pela tomada do poder ou da coisa pública, não é dada pela supremacia dos monopólios, mas justamente pela rede de proteção social contra todos eles incluindo o maior: o estatal. Capitalismo não é o sistema estatal de extração de trabalho forçado e servidão politica pela privação do capital, mas o sistema social de tomada de decisão daqueles que possuem o capital como direito fundamental garantido. Se o capital pertence a uma classe de privilegiados, os proprietários intitulados pelo monopólio da violência estatal é uma tirania aristocrática; se pertence aos proprietários que se reconhecidos e protegem mutuamente às sociedades de paz, então é não apenas uma verdadeira democracia, mas uma verdadeira república libertária sustentada não pela discriminação entre classes de cidadãos mais ou menos livres, mas sim fundada na garantia das liberdades fundamental para todos como condições concretas e não promessas de papel. A democracia é feita pelas pessoas livres. E só são livres aqueles que têm propriedades e rendimentos. O resto são seus empregados. O resto é povo e é obrigado a trabalhar, não só para se sustentar, mas para sustentar a liberdade como se fosse privilégio alheio e não direito natural. Quem não tem propriedade não tem rendimento e quem não tem renda garantida não tem liberdade suficiente para bancar seus interesses político-econômicos; não tem controle nem sobre os destinos da sua própria vida quanto mais sobre a do seu país. Isto posto, a Dilma então vai cair por quê? Por que ela deixou arrebentarem a Petrobrás? Por que ela destruiu NOSSO maior patrimônio? Nosso de quem? Eu brasileiro nato não recebo em casa nenhum dividendo social de nenhum patrimônio público, não recebo nenhum fruto nem usufruto da minha terra. Pelo contrário assim como a maioria banco a estatização da minha própria terra natal com impostos; sustento minha própria discriminação e segregação do acesso ao bem comum e ainda por cima pago a vigilância sobre a expropriação dos meus direitos naturais. Não sou dono de nada, não decido nem tenho participação em nada do eles mesmo dizem que é meu! Mas isso é obvio a Petrobras ou qualquer outra empresa Estatal, como diz o próprio nome diz não é minha nem sua de fato, mas do poder estatal e dos seus. Que se privatize então a Petrobras? Que privatizem o que é deles! Como quem rouba pode vender o que nem é seu? Pior do que a Estado tomar sistematicamente o que não lhe pertence é entregar a quem não se deve. Nem privatização, nem estatização. O bem comum deve ser devolvido ao seu verdadeiro dono: o povo. Ele não sabe administrar? Sem problemas. Agora ele está contratando quem saiba, e sem atravessadores. Que a Petrobras fique exatamente como esta, mas sem os políticos, e que os verdadeiros donos, o cidadão brasileiro e investidores (porque não?) recebam seus direitos, os dividendos sociais. Mas não se engane: quem detém o poder e a prerrogativa da coerção não vai devolver nada que não lhe pertence sem exigir a perpetuação da servidão política e econômica. Devolver incondicionalmente o controle das coisas naturais é a mesma coisa que renunciar a usurpação da autodeterminação dos povos e pessoas. E a garantia de fato mínima vital, da verdadeira renda básica incondicional, ou seja, a constitucional sem a submissão aos governos seria o mesmo que a libertação, e liberdades não são dadas se conquistam. A liberdade de autodeterminação dos povos, não pertence aos governantes, mas a cada pessoa soberana em livre comunhão de paz. Pertence a diversidade de pessoas e sociedades capazes de coexistir em paz no mesmo espaço e tempo sem tentar impor suas vontades e valores aos demais- sobretudo políticos, econômicos ou religiosos. A democracia assim como a liberdade econômica não é meramente o direito de escolha, mas o poder de decisão igual sobre o bem comum dado por estas condições básicas para fazer valer a livre vontade de cada pessoa em cada negociação. Livres porque são iguais em autoridade, e iguais porque tem sua liberdade fundamental mutua e igualmente garantida pelo usufruto deste bem comum. Democracia é tanto a liberdade fundamental garantida como meios básicos para definir o destino da sua própria vida quanto para tomar parte das decisões da nação como cidadania plena: direitos econômicos básicos garantidos; ou o que é a mesma coisa, o direito de fato para participar da definição da alocação dos recursos tanto particulares quanto comuns. Menos que isso não é renda básica nem democracia, mas mais do mesmo: pão e circo. Trabalho forçado e Servidão politica. Impeachment? Impeachment é pouco. Democracia Direta e Econômica. Governe-se.

Porque não existe um Estado Libertário?

Entendo esta pergunta em duas partes. Na primeira, por que não abandonamos os Estados autoritários? Na segunda, porque historicamente esses monopólios corporativos sobre o bem comum baseados na supremacia da violência têm dizimado as sociedades mais horizontalizadas? Contudo como uma questão única, esta pergunta nos remete ao questionamento fundamental do libertarismo tão bem expresso pelo mistério de La Boétie a “servidão voluntária”. E se respondemos que há uma incompatibilidade de termos entre o Estado e Libertarismo, já estamos adentrando nos mecanismos da servidão voluntária que opera, sobretudo não pelo domínio das pessoas ou recursos, mas das pessoas como recursos, o que se opera pela preconcepção do significado dos termos, ou mais precisamente pela predeterminação dos signos. Aceite os termos do jogo do poder, os valores preconcebidos e você já perdeu. Pelo amor de deus, quando vamos entender o jogo do poder: quem dita o código controla o programa. A subtração da liberdade de concepção pelo poder das preconcepções é a base daquilo que é imposto como realidade aparentemente intransponível e única. Não é por coisas, pela apropriação das coisas que os supremacistas (pessoas obcecadas pelo desejo obsessivo compulsivo de posse e poder, lutam e matam), mas pela apropriação dos seres que antes de ser coisificados e objetivados, são suprimidos da livre vontade pela subtração de qualquer tempo espaço ou possiblidade para significar a si e o mundo. Não existem Estados Libertários e jamais existirão enquanto os termos, concepções e ideias, pertencerem aos ditadores das preconcepções. Não há tempos e espaços libertários, nem lugar na terra para a liberdade porque renunciamos de antemão a lutar pelo significado das coisas e palavras que tem valor para as pessoas depois delas serem corrompidas. Deus e o Estado são duas palavras que significam muito para muita gente, mas que abandonamos não porque foram corrompidas como a anarquia, mas sim para esconder a corrupção do poder. É o poder e não o significado, o ruído e não o código que precisa ser ignorado. Será que teremos que abandonar o libertarismo porque os randyianistas se dizem libertários? O problema de abandonar uma linguagem que se comunica com o povo, é que corre-se o risco de abandonar o seu próprio povo, ou que é a mesma coisa terminar glossando sozinho. Já utilizo a língua e linguagens dos meus colonizadores e ancestrais, porque todos esses dedos para colocar meus valores e significados dentro da caixa de suas palavras? Aproprio-me delas para expressar meus próprios valores. O estado libertário pode e deve existir como o espaço e tempo para a livre comunhão de paz. O território onde esta rede de proteção se estende é de fato o seu Estado, e o alcance de sua rede, suas fronteiras, abertas, mas fronteiras. Logo é ora de responder de vez a pergunta por que não temos um estado, república, seja lá o nome que se dê para este lugar que respeita a liberdade possa viver em paz ou no mínimo livre de quem quer impor sua vontade e valores? Porque poucos são os que têm consciência ou coragem para ir contra as ditaduras da significação, romper os campos de concentração do pensamento e saber. A chave do domínio do homem pelo homem como de qualquer conquista não é a força ou a segregação dos povos, classes e gêneros, mas a desintegração não apenas das pessoas, mas da própria pessoa humana apartado da sua fé pelo que deveria sustentá-la: sua razão reduzida a racionalizações materialistas. Não existem, portanto estados libertários não apenas porque somos escravos, oprimidos explorados, mas porque estamos alienados de nossa livre vontade. E mesmo os mais conscientes do seu estado de opressão, dominação e exploração não se sentem livres o bastante da ditadura do ridículo e absurdo para proclamar sua independência dos arcabouços do pensamento materialista, racionalista e abraçar o libertarismo não de modo tímido e temeroso como um credo econômico ou politico, mas como sentimento e sentido de fé, sim fé e não apenas religiosa, mas integral política, econômica e religiosa. O Estadismo prevalece sobre o Libertarismo porque ele é um culto, o culto ao absoluto, uma psicopatia, a idolatria ao poder se sustenta porque dita os valores e forma a inconsciência coletiva a egregora dos corpos artificiais de cujo estado é o monstro, as corporações tentáculos, todos formando uma legião a serviço da egregora maior da guerra e discórdia a qual jocosamente chamamos ora de ordem mundial, ora simplesmente realidade. É na transcendência da ditadura do status quo (a qual convencionou-se chamar realidade pela fé na liberdade), não como um culto ao absoluto mas como o principio criador gerador de si próprio e de sua contradição (Deus) que a libertaremos não apenas os estados dos supremacistas e monopolistas e idolatras do poder, mas a consciência dos mortos em vida do corpo artificial e monstruoso da materialização do mal. Antes de retomar os campos naturais encercados, precisamos cruzar as fronteiras do próprio pensamento e sair do lugar comum, entrar no campo da fé e saber de olhos abertos. Precisamos ter coragem para retomar a liberdade de consciência, o Estado não apenas um mecanismo de exploração econômica ou manutenção do poder, é a encarnação do Deus dos Todos Poderosos, a manifestação do culto dos idólatras do poder total. Até o materialismo tem sua anima matter. Não se deve subestimar os cultos idolatras, eles são a base da degeneração da humanidade e a verdadeira gênese destes apartheids dos povos e desintegração da humanidade. O Estado é só o corpo do Deus dos supremacistas, ou se preferir, a besta da cultura idolatra do monopólio da violência sobre o bem comum e a natureza. Sem a desculturalização promovida por uma fé e consciência cosmopolita jamais haverá libertarismo. Sem a assunção do espírito libertário e da liberdade como principio transcendente e imanente criador da vida, o senhor dos Todos Poderosos e seus escravos ainda será o Deus dos povos da terra e suas crenças e fazendas serão nossos territórios. Sem a consciência e coragem para assumir o Libertarismo como fé e a livre vontade como a própria manifestação do espirito libertário, jamais retomaremos o que é naturalmente nosso e ainda que inconscientemente o mais sagrado para as pessoas, Deus e o Estado. Ou se preferirem seus verdadeiros nomes, a Liberdade e a Natureza. A reintegração da mente, ou a iluminação não é um processo agradável , mas doloroso pois não sair da caverna, não é só se levantar contra o espetáculo das sombras na parede, mas contra a si mesmo naquilo que se preconcebe não como seu mundo, mas como a sua identidade entitulada e egregada. O romper com os programas de condicionamento a desculturação é um processo de ruptura com a normalidade e a normalização, a quebra do condicionamento e programação mental que constituem nossas preconcepções não são uma revolta contra o mundo e suas injustiças, mas contra a projeção da nossa imagem e sua falta de sentido. A expulsão da possessão cultural para o desenvolvimento da consciência e fé libertária. Literalmente mais do que um processo racional, um estado de espirito libertário. Eu que sou livre ou louco o bastante (a escolha dos rótulos é sua) não apenas para testemunhar minha fé na liberdade, mas para professa-la em atos com uma renda básica não-governamental, faço das minhas afirmações e objeções de consciência são expressões não apenas de um ideal mas da fé não submissa a nenhum campo de saber ou autoridade , fé que a Liberdade é a origem permanente transcendente e imanente criativa e criadora do conhecimento e da vida, principio e sentido da existência, a Liber de todas as coisas. Libertar-se da preconcepções materialista e racionalismo para quebrar as separações artificias dos domínios da fé e ciência é condição fundamental para a manifestação da liberdade na atualidade É necessário transcender as fronteiras da realidade dada para constituir o novo mundo como o tempo e espaço livre para o estado de consciência libertário, o estado que antes de ser organização politica econômica é a ordem libertaria livre das preconcepções e desnaturação do poder. O espaço-tempo criado pela religação da livre vontade ao principio criador e criativo, gerador da autorganização e autosignificação como a diversidade conexa da existência, a Liberdade. Porque a Liberdade é Sagrada. E a livre vontade meu estado de consciência sobre o qual fundamento o direito universal e inalienável a minha soberania e autodeterminação em comunhão de paz com todas as pessoas dotadas da mesma disposição e meu compromisso mutuo solidário e voluntario com o bem comum e suas repúblicas. O Libertarismo é, portanto minha fé. E nela a liberdade antes de ser estado material é o estado original do espirito. Estados Libertários? Haverão naturalmente no mesmo território tantos quanto forem a disposição proativa de seus constituintes em preservar e proteger não apenas a si e os seus, mas o direito dos seus pares a coexistir sobre a mesma terra em paz contra o delírio psicótico coletivo da imposição de concepções e valores, o culto ao poder como expressão do real, como uno. Governantes, sempre existirão o que não existirá mais quando todos se considerem sujeitos do seu próprio mundo e não mais objeto dos outros é governados. Da mesma forma que o culto a discriminação e segregação o são do sistema simbiótico da discórdia que sustenta o monopólio do bem comum pela violência. A Desculturalização é a chave da cosmopolitização A libertação dos povos e pessoas como humanidade só se concretizará quando a Liberdade for reconhecida como o principio constituinte não apenas dos estados de paz, mas da criação perene de toda existência, ou em única e simples palavra conhecida por todos: Deus.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Lobby cidadão

A Democracia 3.0 é uma utopia? Como seria possível constituir uma democracia p2p? Afinal de contas se a democracia direta digital depende de governos e governantes para serem adotadas, quem em as consciência supria que ela seria de boa vontade adotada por eles. É certo, a verdadeira democracia direta nunca será adotada, nem dada por graça nem benesse ela terá que ser conquistada por mérito, daqueles que se emancipam. Democracia é o Estado conquistado por uma Republica. O outrora alienado que negando servir a qualquer senhor e reconhecendo exatamente os mesmo direitos de liberdade em seus iguais constitui assim por consciência e sociedade um estado civil que o liberta da servidão e afirma a sua cidadania. Aquele pois que se declara livre, igual e solidário e reconhece no seu irmão esse direito libertário em verdade já é cidadão desta nova republica o que lhe faltam são apenas os meios legítimos para exercer a sua soberania. Na verdade o que falta ao cidadão não é algo que ele deveria ter como direito, é algo que jamais deveria ter sido tirado dele. E se lhe falta não é porque não se tenha de sobra, mas é justamente pelo contrario, é para que falte e falte muito para muito daquilo que essencial que se priva tanta gente de direitos e liberdades tão básicas econômicas, politicas e estéticas, Por que? Porque é desta diferença brutal gritante de acesso aquilo que é essencial capital é que produz e reproduz não apenas a riqueza mas o poder. Da privação dos meios nasce e se sustenta o poder. E é monopolizando os meios que se constitui todas as formas de poder. É por isso que o governe-se antes de tão somente um projeto de lei e rede social é um movimento pela obediência civil. Um movimento para quem deve obediência aos verdadeiros soberanos cumpram com humildade seu dever. É um movimento por Democracia Direta Digital, mas decidiu se constituir mais do que um instrumento de descentralização e distribuição democrática, tomou a decisão estratégica de se constituir como ferramenta de desmonopolização do poder. O sistema do governe-se possui diversos módulos para a difusão da democracia direita, porem um especialmente poderoso durante os períodos eleitorais é o que podemos chamar de lobby cidadão. Como sabemos nossos representantes e de qualquer lugar do mundo são tudo, ou melhor, são de todo o mundo menos nossos. Eles têm dono. Representam interesses seus por obvio e corporativos daqueles que bancam legal e ilegalmente sua posição. Esse lobby é feito com barganhas econômicas e politicas e midiáticas, por quem pode não por quem quer. Alienado de tudo isso esta o cidadão. Quando vota o cidadão, ele não tem um vinculo politico com o politico nem ele com o cidadão, mas o politico tem com a empresa, o banco a tv. Quando vota o cidadão, ele não tem um vinculo politico, mas o politico tem com os outros políticos quando o teatro acaba e as cortinas se fecham a representação acaba mas o jogo de poder e barganhas continuam. Quando o cidadão vota, ele não tem vinculo politico como o politico, mas as ONGs tem. De certo que dos tres é o elo mais fraco de todos. ONGs não compram, ONGs são compradas. É quem tem de detém o poder politico e econômico que vai financiar as campanhas e determinar as eleições. E quem vota, o que há para o cidadão consciente deste jogo de cartas marcadas fazer, além de uma revolução? Existe alguma falha nesta fraude contra a democracia que nos permita recuperar nossa soberania sem ter de enfrentar o monopólio da violência? Sim há. Nada nos impede de nos articularmos em grupos apartidários que votem somente fechado em peso no partido ou candidato que assine o termo de adesão as nossas demandas e exigências que manifestam a causa do grupo. Contudo sabendo que entre a assinatura eleição e cumprimento há uma abismo de precariedade de direitos do cidadão e escapes legais de suas obrigações para quem representa o poder publico. Cabe focar-se num primeiro momento evidentemente, numa única e simples causa: cortar o mal pela raiz. Eliminar os poderes do intermediário para fazer não fazer e desfazer e aumentar o do cidadão para mandar fazer e mandar embora quando não fizer, democracia direta digital. Mas lobby cidadão não é democracia direta. Não mas é o caminho para institucionaliza-la. E digo institucionaliza-la porque de fato ela já começou a existir. O que os politicos profissionais não entenderam ainda é que a democracia 3.0 já começou.O que plataformas como o governe-se se propôs a fazer é apenas dar voz, expressão articulada e organizada para um grito, uma manifestação que estava reprimida e que não encontra ainda canais para sua expressão e representação legal dentro do rito arcaico e burocrático e ultrapassado da velha democracia representativo moderna. Esse grito não é novo. Julgaram morto por não ter mais um caráter anarquista e revolucionário não conseguiram compreender que na verdade o movimento libertários encontrava finalmente sua forma organizada. Desde o pós-guerra seja na sua manifestação social das organizações não-governamentais, seja na sua manifestação tecnológica através da construção da internet, seja no movimento da contracultura, o que vemos é o nascer de uma sociedade não mais polarizada em mercados e governos e que exclui justamente o que há de mais importante: a sociedade, vemos uma sociedade que se torno consciente se sua existência e importância e que não quer mais ser representada por políticos ou propagandas, vemos cidadãos que querem ser atores sociais, sujeitos de sua própria historia, uma sociedade que atinge a maioridade e que não quer mais ser tutoreada, que se liberdade, e comportasse de forma emancipada porque tornou-se um ente inteligente não como massa ou mero conjunto de pessoas a serem conduzidas mas com rede ciente de suas identidades particular e coletiva. O que estamos vendo não é o levante de um povo, mas a emergência de um novo paradigma o em verdade o nascer de uma inteligência coletiva, pois assim como o mercado não é meramente uma ficção e apresenta seu comportamento e demanda seu espaço perante o estado, uma nova entidade se firma conceitual e materialmente como rede e inteligência coletiva integrada aos demais setores da sociedade. As tecnologias, os meios que darão expressão a essa nova força da sociedade nada mais são do que os meios necessários para o reequilíbrio de um novo status quo. Um novo estado de paz, um novo contrato social. Não excelências foi uma tecnologia que deu espaço para uma ideia antiga, foi uma o espirito de liberdade tão antigo quanto a própria vontade que deu forma as novas tecnologias que tornam obsoletos seus poderes. A democracia direta digital não é meramente uma mídia é o espaço interativo necessário a representação de um setor legitimo da sociedade nas nova republica que hão de vir da era da informação. Com todo respeito obrigado às autoridades, esta na hora de parar de querer governar os outros e começar a dar-se um pouco mais de governo a si mesmo. Governe-se.

domingo, 21 de julho de 2013

VIVA A LEI VIVA

BIOBOOK – o Livro Vivo a Ciência Aberta e a BrainNET Governe-se. É curioso como quanto mais autonomia individual uma rede parece possuir, mais vida própria parece ter a própria rede. Não somos apenas nós que pedimos para governar-se agora é o Governe-se que pede para se governar. É evidente que isto é apenas um insight mas não é ficção. Vide o experimento e o conceito de Nicolelis sobre a BrainNET. De fato a arquitetura que começa a emergir da forma aberta que decidimos adotar para a criacao coletiva ou melhor a co-criacao do software governe-se parece ir perfeitamente de encontro a visão de Nicolelis. De fato inspirado no BrainNET é possível abrir um pouco mais o governe-se já que ele mesmo pede. A arquitetura dos grupos que se conectam preservando a individualidade dos nodos, ou seja não constituindo os grupos em massas uniformes amorfas de vontades representadas, mas sim redes que compartilham uma mesma mensagem e se conhecem e reconhecem permite que a tomada de decisão coletiva ou a retomada da democracia direta em escala, de fato transcende a decisão politica. A arquitetura do sistema que estamos construindo pode ajudar a construir sistemas de informação compartilhada mais abertos e descentralizados. Ou mais especificamente, ajudar a reconstruir a concepção semântica da informação de uma forma menos autoritária monopolizada ou mais viva. Explico. As mesmas técnicas e algoritmos que utilizamos são análogos as estratégias que os participantes do sistema terão de utilizar para agregarem seus interesses comuns e formarem suas demandas e elaborarem suas normas podem ser usados (ainda com mais liberdade experimental) para formar grupos sem uma autoridade central para desenvolver a semântica do conhecimento. Não estamos falando de uma enciclopédia porque uma enciclopédia já é uma proposta de livro fechado ou morto. Mais que definir palavras, dissertar, a ideia é criar um livro vivo, leis vivas, definições em aberto. Onde cada pessoa tem sua conta. Cria seus artigos. E esses artigos podem ser abertos ou fechados. Elas os edita permanentemente como ou sem obrigação de manter os originais. Ela pode se associar a grupos para criar artigos coletivos. Não há temas fechados, proibidos, comentários são abertos, novamente o sistema faz o cruzamento dos temas e é capaz de produzir, uma aproximação dos indivíduos com conceitos similares, para discussão e co-criação, e finalmente a produção de arvores de conhecimento através da analise semântica uma compilação dos diferentes conceitos desmembrando-os em sua diversidade até a particularidade de cada autor, ou melhor semeador do conhecimento. Ela submete a outras pessoas ou a apreciação de comunidades formados, mas essas autoridades não tem poder de validação epistemológica ou mesmo censura da expressão não perante todo sistema. Somente perante si mesmo ou seus seguidores, ou melhor disseminadores que funcionam não como cultuadores ou idolatradas de um dogma, mas polinizadores de uma idéia que não é excludente, mas conexa. É, a Panarquia. Que pensada em rede de co-significados tem consequências epistemológicas para a própria concepção da ciência. Isso implica em definição de termos, questões descentralizadas, temos doxas consultadas, compartilhadas, criticadas... diferentes formas de interação e publicações; perspectivas de cada pessoas sobre determinado objeto, e a formação de consensos e dissensos que não quebram paradigmas científicos mas permitem a sua interação ainda que difusa dos contraditórios num mesmo espaço e tempo. As bases de autoformação desta razoabilidade critica para além da autoridade central fechada estruturada resistência as inovações é a arquitetura em rede P2P dinamicamente distribuída já descrita a arquexcratos. Mas para começar vamos o Governe-se.com Viva a lei viva. Governe-se.

OPENSCIENCE

“No presente, vivemos com os símbolos num grau maior do que vivemos com nossos corpos ou diretamente uns com os outros. Como uma forma fundamental de falsificação, os símbolos primeiramente mediaram a realidade e depois a substituíram. Quanto mais absorvido este sistema de representação interna, maior é a distância que nos separa da realidade ao nosso redor. Outras conexões, outras perspectivas cognitivas são inibidas a medida em que a comunicação simbólica e seu enorme leque de instrumentos dedicados a levar a cabo esta representação foram cumprindo um papel de alienação da realidade e a traição contra esta. O simbolismo é um império extenso e profundo, que reflete e faz coerente um ponto de vista do mundo, e que é em si um ponto de vista do mundo baseado na retirada de qualquer sentido humano imediato e inteligível. A cultura simbólica inibe a comunicação humana bloqueando ou suprimindo os canais de consciência sensorial. Uma existência cada vez mais tecnológica, empurra-nos a desdenhar a maior parte do que poderíamos experimentar. é evidente como foram domesticados nossos sentidos numa atmosfera cultural simbólica: submetidos, separados, dispostos numa reveladora hierarquia. A visão, sob o jugo da perspectiva linear moderna, reina devido ser o menos próximo, o mais distanciador dos sentidos. Foi o meio pelo que o indivíduo foi transformado num espectador, e o mundo num espetáculo; e o corpo um objeto ou modelo. Freud, Marcuse e outros viram que a civilização demanda a sublimação ou repressão dos prazeres dos sentidos que causam proximidade, de maneira que o indivíduo possa ser assim convertido num instrumento do trabalho. O controle social, através da rede simbólica, arranca deliberadamente a importância do corpo. Um contra-mundo alienado, direcionado para uma ainda maior alienação por uma cada vez maior divisão do trabalho, humilha as sensações somáticas próprias e distrai de forma fundamental com respeito aos ritmos básicos da vida própria. A divisão definitiva entre corpo e mente, atribuída a Descartes em suas formulações no século XVII, é o epicentro da sociedade moderna. Aquilo ao que se considerou a grande “ansiedade cartesiana” sobre o espectro do caos moral e intelectual, foi resolvido em favor da supressão da dimensão sensual e passional da existência humana. A primeira separação parece ter sido o sentido do tempo, que nos traz a perda da sensação de estarmos presentes para nós mesmos. O crescimento desta sensação é indistinguível da alienação em si mesma. Se, como indicou Levi-Strauss, “a característica principal da mente selvagem é a inexistência do tempo”, viver no aqui e agora é algo que perdemos através da mediação das intervenções culturais. A comunicação verbal é uma parte do movimento que afasta da realidade social face-a-face, fazendo possível a separação física. A palavra sempre se situa entre as pessoas que desejam conectar entre si, facilitando a diminuição do que não se precisa falar para ser dito. Que declinamos de um estado não-lingüístico começa a parecer um ponto de vista são. “nada, de fato, está mais sujeito a suspeita e depreciação em nosso mundo desencantado do que a palavra”. O sentido original da palavra ‘definir’ é, do Latin, limitar ou pôr um final. A linguagem parece com freqüência fechar uma experiência, não nos ajudar a estar abertos à experiência. Quando sonhamos, o que sucede não se expressa em palavras, tal e como os apaixonados se comunicam mais profundamente sem simbolização verbal. O simbolismo numérico tem também uma importância fundamental no desenvolvimento de um mundo cultural. Contar, como nomear, é parte do processo de domesticação. A divisão do trabalho se presta ao quantificável, oposto ao que é completo em si, único, sem fragmentar. O número é também necessário para a abstração inerente no intercâmbio de bens e é pré-requisito para a decolagem da ciência e tecnologia. A urgência de medir traz um tipo deformado de conhecimento que não procura entender seu objeto, senão que procura seu controle. A Arte é uma das formas mais precoces da expressividade ideológica e ritual, desenvolvida junto com as práticas religiosas desenhadas com o objetivo de unir uma vida comunal que começava a se fragmentar. Arte é linguagem e por tanto é evidentemente ritual, entre as mais antigas instituições simbólicas e culturais. Essencial para a aparição da cultura nos assuntos humanos, o ritual não é só uma forma de ordenar ou prescrever as emoções; é também uma formalização do que está intimamente relacionado com as hierarquias e o domínio formal sobre os indivíduosOs ritos funcionam como uma válvula de segurança para a descarga de tensões geradas pelas emergentes divisões na sociedade e trabalho, para criar e manter a coesão social. . As estruturas de autoridade rituais jogam uma parte importante na organização da produção (divisão do trabalho) e promovem ativamente o advento da domesticação. A religião, como a arte, contribuiu para uma gramática simbólica comum que necessitadas tanto pela nova ordem social, como pelas suas ansiedades e fissuras. A palavra religião se baseia na latina “religare”, atar ou juntar, e um tronco verbal grego que denota atendimento ao ritual, fé nas regras. A integração social, requerida pela primeira vez, é evidente como impulso para a religião. A cultura nos levou a trair nosso próprio espírito e plenitude aborígine, num reino cada vez mais degradado de alienação sintética, isoladora e empobrecido. Estamos capturados na lógica cultural que converte tudo em objeto, já que aqueles que aconselham novos rituais e formas de representação como rota para uma existência re-encantada falham completamente em suas conclusões. Dificilmente, mais do que falhou durante tanto tempo, pode ser a resposta. “ JON ZERZAN EM O FRACASSO DO PENSAMENTO SIMBOLICO Que a representação simbólico seja limitada, é inegável, mas talvez seja apressado esta sua sentença a morte. Até porque o julgamento, principalmente é o ato mais primordial do processo de violência simbólica. E talvez epicentro do culto do absoluto. O tribunal epistemológico. Esse julgamento do pensamento simbólico ainda que não seja sumario e sem provas, não é de todo injusto, mas é no mínimo apressado, principalmente se considerarmos que ainda não tomamos coragem para dar forma e expressão a todos os nossos pensamentos como eles deveriam ser dados: não apenas como palavras mas como atos. Não nego que a manifestação do ser reduzida a representação simbólica sobretudo unisensorial reduza a capacidade de percepção humama, mas não creio que a falha de caráter da constituição do ente simbólico esteja no signo, ou na só na desensualização mas sim na hipocrisia do homem. Ou mas especificamente na separação do sentimento da sua significação, ou mais rigorosamente na separação do ente racional-cognitivo do ente emocional-perceptivo; com a consequentemente abstração do signo como um sinal destituído de qualquer necessidade de ser real, e do símbolo como significação sem o menor compromisso de se CONCRETIZAR em atos. Ou em bom português: faça o que eu falo mas não faça o que eu faço, ou prego mas não realizo nada. É a segregação e negação do ato como parte essencial para manifestação do significado do ser, que mata o signo. É a elevação do verbo, do códex, da representação e não mais do ato mas das ideias como a correspondência para a comunicação dos significados que anulou o processo reiterado da palavra-ato-reflexão como manifestação plena do ente. Sem o ato O Significado evidentemente fica destituído de todo o sentido que o signo exige. Uma vez que faz referencia a abstrações conceituais e não mais a concretizações dos conceitos. A representação enquanto ideia é ilusão. Uma abstração. A imagem que não aponta o sentido não é signo é ilusão. E a reflexão masturbação mental. O signo que não concebe uma ação não tem sentido. Palavras sem ações são signos sem sentidos. São mais do que fracasso DA Representação simbólica, são a perversão do símbolo. São a contradição do ato. O simbólico não se realiza sem a comunicação mas essa comunicação não é feita apenas por uma linguagem de representações abstratas , ela é feita por uma linguagem de concepções criticas. E por concepções hipócritas se desconstitui. Há portanto três instancias distintas de manifestação do ser: critica, acrítica, e a hipócritica. Qual é a diferença? Em palavras nenhuma. Na pratica: O acrítico não fala e não faz nada. O critico fala e faz e o hipócrita fala e não faz nada, ou pior ainda fala e faz justamente o oposto. Concepção portanto é o signo constituído como ato, e o ato entendido como um símbolo de inspiração critica. A palavra e a linguagem estão naturalmente envolvidas nesse processo, mas não mais como o a expressão máxima da inteligência, finalidade ou o proposito das ações, mas tão somente como um meio do que são comunicação entre os atores. Na verdade serão os atos que darão posteriormente sentido crítico as palavras, compondo a inteligência dos seres presentes no sistema. É na dinâmica da palavra-ato-reflexão que o conhecimento se constrói. A palavra sem ato é símbolo vazio. E o ato mesmo sem palavras símbolo repleto de sentido ainda que sem conexão. A comunicação pode pois ser necessária a construção do ato, e é por vezes útil para seu entendimento enquanto reflexão, mas não é em si a expressão do pensamento, e sim tão somente sua emulação. Não é portanto o pensamento simbólico que fracassou, mas a tentativa de dar expressão ao pensamento simbólico apenas como copia abstrata da ideia no mundo real, como uma encenação da ideia e não a manifestação da vontade. O ente nada mais é do que a encarnação do espirito, a parte perceptível da vontade, a ideia manifesta como realidade. O símbolo e o ente não estão de fato separados quando o ser se realiza em si. É a encenações que afastou o homem da próprio sentido da existência. É a palavra, a encenação, como uma mentira, como promessa sem intenção, ou vontade de negar o ser, de contrapor a realização do ato como signo, que desconstitui o pensamento simbólico como meio de realização do ser. Quem diz, se não diz para fazer algo então de fato não diz nada. Só o ato tem sentido. Porque é o ato que faz da promessa um anuncio e não uma mentira. É a realização da palavra que conta a historia do seu significado, e não a pre-sugestão dos ouvintes. O símbolos como marcas e mitos fracassaram porque se concentraram apenas em convencer quem ouve em acreditar. Se o contador de historias se preocupasse em ser um fazedor de historias, e em vez de só tentar fazer crer, tentasse de fato realizar e realizando inspirasse no outro a vontade de realizar então ele não teria uma códex, ele seria vida e como vida geraria vida por inspiração autopoética. Ele faria uma revolução sem uma palavra apenas sendo em movimento. Ato e potencia. A diferencia entre escrever poesia ruim e viver em autopoiese. Entre ensinar e aprender. Símbolos foram reduzidos a marcas. mas símbolos são mais que sinais, são atos com sentido para quem os pratica e com significado para quem os presencia. Significado suficiente para inspirar o sentimento de pratica-los. Quem faz com consciência que se comunica: professa, e quem testemunha com consciência que presencia: aprende. Signos, não são signos porque provocam conexões, mas somente quando e enquanto provocam conexões se fazem signos. A palavra só é a musica, os símbolos é que são os verdadeiros passos da dança. Respiração e inspirações. Um signo é uma existência em movimento, a evolução que dentro de uma rede convida outros seres dotados de inteligência a dançar. Poiese e Poesia. É o elemento constitutivo de uma comunicação feita não apenas por troca de informação, mas por nexos compartilhados em ato. Essa rede viva que muitas vezes não precisa de nenhum tipo de linguagem codificada, ou representação paralela apenas da vontade de entendimento. A empatia, é muitas vezes toda a comunicação necessária para que ocorra a identificação natural entre evoluções e revoluções deste sistema. Thomas Kun diz sobre a estrutura das revoluções cientificas e o aspecto genético do paralelo entre o desenvolvimento cientifico e politico: As revoluções politica visam realizar mudanças em instituições politicas, mudanças proibidas por estas mesmas instituições que se quer mudar. Consequentemente seu êxito requer o abandono parcial deum conjunto de instituições em favor de outro. E neste interim a sociedade não é governada por nenhuma instituição. De início é somente a crise eu atenua o papel das instituições politica, do mesmo modo que atenua o papel dos paradigmas. Em numero crescente os indivíduos alheiam-se cada vez mais da vida politica e comportam se sempre mais excentricamente no interior dela. Então na medida que a crise se aprofunda muitos destes indivíduos se comprometem com algum tipo de projeto concreto para a reconstrução da sociedade de acordo com uma nova estrutura institucional. A essa altura a sociedade a sociedade já esta dividida em campos ou partidos em competição, um deles procurando defender a velha constelação institucional o outro tentando estabelecer uma nova. QUANDO OCORRE ESTA POLARIZACAO OS RECURSOS DE NATUREZAPOLITICA FRACASSAM. Por discordarem quanto a matriz institucional a partir da qual a mudança devera ser atingida e avaliada por não reconhecerem nenhuma estrutura supra institucional competente para julgar diferenças revolucionarias os partidos envolvidos em um conflito revolucionário devem recorrer finalmente as técnicas de persuasão em massa que seguidamente incluem a forca. Aparentemente o progresso acompanha na totalidade dos casos as revoluções cientificas. Por que? Ainda uma vez poderíamos aprender muito mais perguntando que resultado uma revolução poderia ter. As revoluções terminam com a vitória total de um dos 2 campos rivais, Alguma vez o grupo vencedor afirmara que o resultado de sua vitória não corresponde a um progresso autentico? Isso equivaleria dizer que o grupo vencedor estava errado e os oponentes certos, Pelo menos para a facção vitoriosa o resultado de uma revolução deve ser o progresso. Além disso esta dispõe de uma posição excelente para assegurar que certos membros de sua futura comunidade julguem a historia passada desde o mesmo ponto de vista. Quando a comunidade cientifica repudia um antigo paradigma, renuncia simultaneamente a maioria dos livros e artigos que o corporificam, dai decorre em alguns casos um distorção drástica da percepção que o cientista possui da disciplina. Em suma vê o Passado da disciplina orientado para o progresso. O membro de uma comunidade cientifica amadurecida é como o personagem típico do livro 1984 de Orwell a vitima de uma historia reescrita pelos poderes constituídos. A comunidade cientifica é formada pelos colgas profissionais do cientista. O reconhecimento da existência de um grupo profissional competente e sua aceitação como arbitro exclusivo das realizações profissionais possui outras implicações. Os membros do grupo, enquanto indivíduos e me virtude de seu treino e experiência comuns, devem ser visto com os únicos conhecedores das regras do jogo ou de algum critério equivalente para o julgamentos inequívocos. Duvidar de existência de tal critérios comuns de avaliação seria admitir a existência de padrões incompatíveis entre si para a avaliação das realizações cientificas. Tal admissão inevitavelmente a baila a questão de se a verdade alcançada pelas ciências pode ser una. Contudo a abordagem da ciência como uma rede dinâmica panárquica similar a rede que esta justamente se desenvolvendo para governança da sociedade, o governe-se, pode alterar radicalmente a ciência: de uma estrutura de poder que carece de revoluções para operar e cooperar como comunidade cientifica, para um sistema aberto de conhecimento descentralizado não autoritário do tipo p2p. Um sistema que permite a convivência de diferentes teorias ou mesmo metodologias capazes não apenas de partilhar de um mesmo status de conhecimento no espaço-tempo do, mas intercambiar informações para dialogar e formar uma rede de conhecimento. Rede esta capaz de prover a humanidade não mais de definições mortas sobre uma universo sabidamente vivo, mas de multiversões ou verdades não excludentes capazes de formar um cosmo mais amplo, complexo e difuso sem necessariamente perder a capacidade de transitar e discernir entre as diferentes e diversas linhas de pensamento. Sem fazer da luta pela definição dos termos um objeto de poder, deixando o campo da ciência como ele deve ser: um campo aberto para a formulação epistemológica. Sem a necessidade da supressão das demais ou obstrução para que se possa constituir uma ideia de verdade ou ciência una. Dispensando a interferência de autoridade ou poderes absolutos, que julguem ou atribuam falsidade ou verdade as teses, substituindo este poder excludente pelo reconhecimento mutuo dos próprios pares constituintes da comunidades auto organizadas dentro da rede. Um sistema aberto, onde as teses e hipóteses como um BrainNet se compõe e difundem abertamente não para serem julgadas mas para serem co-criadas e cuja aderência OU rejeição não se faz nem pelo autoritarismo do senso comum ou da opinião ou de um estado ou de uma corporação profissional mas pelo compromisso epistemológico daquele cientista com o seu paradigma enquanto ele põe sua fé nele (sim fé) aceitando a autoridade compartilhada de seus pares; formando de fato uma comunidade, uma rede de conhecimento que converge naturalmente a um consenso razoável mas não se fecha, centraliza, totaliza, nem jamais tenta neutralizar, nulificar, excluir, julgar, ou negar outras correntes de conhecimento ou metodologias. Não estamos falando em tolerância epistemológica, até porque isto já existe. Tanto nos dogmas religiosos quanto nos científicos. Nem tanto nos políticos, não num mesmo território num plano internacional. Não estamos falando em apartheids epistemológicos, (iguais mas separados), ou seja onde existe respeito mas completa falta de vontade de interação ou integração. Estamos falando de entendimento, compreensão, vontade para copula, síntese, conexão, miscigenação, criação de novas e inusitadas formas de pensamento através da critica e reflexão aberta e sem o uso da violência poder autoridade, coerção, repressão, manipulação, coação simbólica ou bem real, mas pura e simplesmente como coloca Paulo Freire a instituição de um processo dialógico que tenha como resultado a completa desescolarização do ser humano como propõe Ivan Ilyich “Nosso discurso diferente – nossa palavração – será dito por nosso corpo todo: nossas mãos, nossos pés nossa reflexão, Tudo em nós falará um linguagem criadora de vida” (Freire) Mais do que redes autogestadas estamos falando de redes autodeterminadas e que naturalmente através desta arquitetura de autogoverno se constitua uma epistemologia descentralizada, sem autoridades únicas, ou verdades absolutas, somada produção de conhecimento voltado não apenas a comprovação empírica, mas a construção de sentidos para a realidade. Processos que ultrapassam a que quebrem mais que a escolástica e promovam a definitivamente a desescolarização; que sejam capazes de libertar a mente humana dos cultos epistemológicos aos valores totalitários e logicas artificialmente reduzidas ao monocultismo booleano; que libertem nossas redes neurais do culto absoluto. Enfim Desculturalização. Uma ciência não fechada em si mesma ou a comprovação de seus postulados acadêmicos, mas voltada o mundo real e as pessoas. Capaz de reconhecer o principio fundamental do conhecimento que não conhecemos nada a não ser os próprios limites do nosso conhecimento. O mundo real? É evidente que ele existe, mas o que vemos é nossa projeção dele, e há tantas formas de deuses e verdades quantos janelas e suas formas. E é por isso aos olhos da incerteza quântica o deus dos triângulos tem três lados, e a verdade dos quadrados tem quatro. E nenhum dos dois erra, ou mente, nem está negando que o deus do outro seja verdadeiro nem que a sua verdade seja sua imagem e semelhança. Proponho humildemente - até porque não tenho capacidade de transcender o pensamento simbólico- que a chave para os problemas da civilização e da miséria da humanidade não esta no retorno ao primitivo, mas sim no resgate do que havia de genuíno na vida humana antes do advento do cultivo e domesticação do homem pelo homem e portanto sua alienação. Proponho o resgate da autenticidade do espirito humano, pela emancipação do culto e do poder; e radicalização da expressão da liberdade de pensamento, expressão estética e realização do eu como signo da vontade, e da existência com sentido autodeterminado pela significação reintegrado ao sentimento. O ato como manifestação da vontade. A indeterminação como o sentido da existência. E a liberdade como sentido da vida. Proponho um processo de desculturação dos seres humanos através não do abandono do pensamento simbólico, mas da sua efetiva realização como conhecimento pleno sabere, experimentação, vivencia, convivência. Não do abandono da educação, mas da sua efetiva realização. Desescolarizar-se para aprender, e desculturalizar-se para humanizar-se. Proponho o abandono de princípios unos e verdades universais, o abandono inclusive do relativismo totalitário e totalizante, para a abertura de espaço reconstrução de princípios que sejam consagrados universais para quem quiser segui-los. Proponho que ao invés de abandonarmos o pensamento simbólico abandonemos o culto ao absoluto, e façamos da nossa vida a Poiese, autogoverno, manifestação da vontade como signo real. Eu existo logo me conecto, só existo entre seres igualmente do direito a intelecção. Do direito a dar nexo compartilhado a sua vida em rede. Mesmo quando não quero me expressar minha inexpressão é minha mensagem real. O ser consciente da sua condição conexa, de seu estado perene de comunicação, faz da sua vida sua poesia, de seus atos sua mensagem, de suas meio de vida seu linguagem e de sua historia de vida seu verdadeiro ensinamento. Como disse Diógenes para o discípulo que pediu as tabuas que continham seus conhecimentos: “És um tolo, Hegesias; você prefere figos reais a figos pintados em telas. Porém, quer adquirir a prática da vida nos livros, e não na vivência real.” De fato Diógenes o cínico vivia como um primitivo, como um mendigo, um filosofo, um cão, um animal dentro da civilização, mas um animal consciente, um símbolo como ele mesmo construí e descreveu assim: Ele entrava no teatro encontrando frente a frente os espectadores que saíam, e quando lhe perguntaram por que, respondia: “É isso que procurei fazer em toda a minha vida”. A questão não é o fazer-se um asceta. Ou tornar os atos condizentes com os discursos, mas sim a profunda compreensão que a rede epistemológica onde se assentam os paradigmas polípticos, científicos, econômicos, a qual chamamos cultura, essa pirâmide, não é a arque da dinâmica do pensamento, mas o a estrutura condicionadora da mente a qual estamos submetidos e que conforma o raciocínio filocrático, forma a idolatria ao poder, e é a base pela qual replicamos e projetamos uma estrutura logica judicial e sacertodal a natureza como se fosse a própria natureza. Vemos leis onde o que há é ordem e caos onde há a exatamente a mesma ordem que não vemos. Forças onde há movimento e entidades onde existem fluxos. Vemos poderes e forças e energias supremas onde o que há é a trama da vida. evoluções fluxos, campos e movimento. Como o Uno é sempre uma abstração, dado que a existência é diversa o que vemos é o repudio do real, em favor de uma perfeição suprema e fictícia. Continuamos a por nos no centro do universo e fazer do universo a imagem e semelhança de nossa pisque deformada pelo culto ao uno e idolatria ao total. Porém quando a idolatria ao poder total é renegada, o individuo frustrado deixa de fazer do simbólico o meio de compensação de sua irrealização pessoal e manifestação de relação de poder, projeção de seu domínio fetichista; deixa de querer realizar-se perversamente sobre o outro para voltar a realizar-se de forma livre em ato sobre si mesmo. O símbolo perverso e pervertido de encenação e do jogo de poder, domínio e imagem, de negação das liberdades do outro, volta a ser o percepto não imposto ou a impostura de um ente sobre o outro, mas a construção do ser sobre si mesmo, a sua forma de constituição como ente em ato. O ser como ato e não mais como códex, volta a se constituir então em identidade ao individuo. Ser é de novo seu signo e não mais ter, fazer e poder. Viver e não mais Sobreviver é o significado de sua existência. Vida que liberta recupera o seu sentido existencial pela certeza de indeterminação pois tem de volta a liberdade original e permanentemente revolucionaria da criacao do saber pela autodeterminação. É evidente que essa abordagem desescolarizante, desculturalizante e constituinte da ciência como um conhecimento múltiplo e aberto conduzira o método para níveis de rigor transparência e tentativa de universalização da correspondência com a realidade ainda maiores já que não haverão autoridades impositivas concedente o valor de verdade ou falsidade através do monopólio da beatificação das teorias. De fato creio as probabilidades e as incertezas, e a necessidade de operar com variantes incerteza e sistemas mais complexos se tornara um bem mais comum. Esse modelo voltada a reintegração do ser com seu sentido e sentimento e a realização do seu significado não no plano teórico Das ideias e representações, mas no plano real dos atos e criações pode contribuir para o desenvolvimento de um novo tipo de tecnologia social, e ciências humanas que bebendo na complexidade dos outros campos científicos, complexidade necessária a compressão das suas relações, pode ir um pouco mais além na criacao de sistemas. Políticos econômicos e educacionais. Sistemas e programas que passem do ridículo de querem levar luz por decreto. Mais do que ciência uma rede de saber aberto permite a emergência aberta permite o desenvolvimento de um novo tipo de método de um ser humano que não apenas sabe que sabe, mas sabe que seu saber é conexo. Co-Consciência. Nestas redes É possível manter um alto grau de consciência simbólica, com um baixíssimo nível de ansiedade material. É possível transcender a busca estéril por prazer ou felicidade sem cair numa angustia existencial perante a complexidade de um sistema não apenas indeterminado, mas até certo ponto incognoscível. Eis o seu charme. Assim se o sentido da vida não é uma descoberta, mas criação. Por que não devolver ao processo do conhecimento todo o seu sentido original de re-creação? A ciência da liberdade é algo que não se faz na relação objeto observador porque jamais o cientista que abre macacos, e experimenta remédios em gente, irá se considerar um membro comum da sociedade, ele nunca estará do lado das gentes, ele não é objeto de estudo, ele esta apartado do mundo real, ele está abstraído e protegido no mundo das ideias. Essa ciência como sacerdócio, é a própria negação da liberdade e de qualquer ciência ou tecnologia social libertaria. É preciso desertar para o lado dos macacos. E negar-se a ser mero observador do espetáculo, ou objeto de estudo; é preciso se afirmar o construtor consciente de seu próprio futuro; parar de só fazer meia ciência, entender o que está acontecendo, e passar a agir nos acontecimentos. Entender o passado não serve para prever o futuro. Serve para construí-lo. Em verdade a previsão é sempre não para prever mas projetar o horizonte de eventos, e projetando direciona-los a tal projeção. A abordagem da ciência social experimental, não é a negação de uma ciência social objetiva, pelo subjetivismo artístico ou por outro lado pelo reducionismo materialista-tecnicista do social; é a criação de métodos processos e sistemas que resultam em programas ou instituições, produtos, empreendimentos, politicas e até mesmo estados e sociedades que sendo complexos, demandam para seu desenvolvimento empíricos e consciente que se parta de princípios lógicos simples, para equacionar sistemicamente seus objetos de estudos, de modo a compreender sua complexidade e dinamicidade; sendo que de posse deste modelo sistêmico hipotético, começa-se então a introduzir as variantes que irão produzir as alterações sistêmicas esperadas do microssistema em experimentação que tanto transformarão sua realidade conforme o esperado quanto o modelo inesperadamente e vice-versa de forma retroalimentada- os microssistemas são então rede cujas quantidade de conexões reduz a incerteza e multiplicidade de significados para um padrão razoável de previsibilidade e compreensão. É ciência voltada a produção de conhecimento prático, socializável e, altamente transferível, e que, portanto, que não se contenta com a descoberta do novo, mas está comprometida com o seu desenvolvimento aberto. Ciência que não usa a realidade para confirmar teses, mas reelabora indefinidamente teses para afirmar novas realidades. A construção de uma utopia não se perde em negar ou afirmar possibilidades ou impossibilidades, ela se concentra em realizações. Antes de se pensar em distribuir a luz elétrica há que se fazer a lâmpada, e se pesquisar muito sobre um fenômeno desconhecido que um dia será chamado eletricidade. Talvez a ciência reencontre novamente com a criatividade de sua juventude quando voltar a ser o ato subversivo e libertador das doutrinas autoritárias centralizadores e escolásticas. Ciência E Tecnologia Sociais produzidas não mais de cima para baixo ou do centro para a periferia, mas simplesmente de pessoa para pessoa, livres e juntas. Pensar juntos e livremente é talvez a ideia mais simples e poderosa de todos os tempos. Porque ficar pintando paredes ,acorrentado em cavernas é definitivamente a condenação eterna ao mundo das ideias. Governe-se.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Eles não entenderam nada: O e-governo não é a e-Democracia

Democracia Direta em Rede não é Caixinha de Sugestões eletrônica, não é digitalização da burocracia. De fato, repito a pergunta: a quem pertence a soberania ao povo ou ao Congresso? Temos contratos sociais ou contratos de Servidão voluntaria? Eles são nossos representantes ou nossos mandatários, nossos porta-vozes ou nossos senhores? São eles nossos funcionários ou nós seus súditos? A quem de fato esses atores políticos representam? Se tem o poder delegado de nos comandar mas são ainda sim meros representantes de fato da vontade alheia, a quem então eles representam? Não estou provocando, estou simplesmente interpretando um sentimento, um movimento, uma evolução, um grito que se continuar a ser sufocado irá se traduzir cada vez mais em violência. Não porque as manifestações sejam violentas, mas porque os manifestantes não encontram os canais institucionais para se manifestar. Tecnologia existe, a necessidade de adotá-la perto de uma ruptura completa e desordenada é evidente. Sou um otimista e creio que emergirá uma nova forma de democracia 3.0 quer o governo a coloque no ar, quer sejamos nós que a coloquemos ou não. Não é uma questão de quem, mas de quando. E quantos ainda terão ainda que sofrer as a consequência da falta de auto-organização, artificialmente produzida pela violência mono- políticas e monopolistas contra a liberdade. Se os políticos continuarem fingindo que não entenderam, serão varridos pela onda pacífica e auto organizada das redes nas ruas. A vontade como o direito que é difuso, não é desordenado, mas complexo , eles não são reformistas, oposicionistas ou anarquistas, nem jovens despolitizados ou apolitizados, eles não estão contra o governo, nem este nem aquele, eles não clamam pelo fim dos governos, eles clamam pelo seu direito de se governar. Eles? Eles não. Nós. Porque a res-publica é nossa. Como disse Manuel Castells: “Não há perigo de um golpe de Estado. Os corruptos e antidemocráticos já estão no poder: eles são a classe política.” “Todo mundo é o seu próprio líder.” Governe-se.

A ARQUE VERSUS CRATOS

Ou Das Anarquias Hierarquias e Panarquias Redes: Sistemas ou Estruturas? A representação clássica das redes é dada por Baran que as classifica em três conjuntos distintos conforme a distribuição de seus nodos pelo espaço. Centralizada. Decentralizada e Distribuída. A rede propriamente dita seria a distribuída, enquanto a centralização das estruturas seria o fator determinante da desconfiguração da rede. Podemos ainda dentro de uma abordagem estrutural classificar as formas de organização em três formas arquetípicas central, piramidal, matricial. Novamente a matriz mais perfeitamente distribuída, representa a rede ideal, porém essa pode ser negada ou desconfigurada não mais apenas por organizações centralizadoras, mas também por organizações piramidais. Estruturas piramidais são representações figurativas de um bastante tipo especial de organização centralizadora a hierárquica. Uma hierarquia não deixa de ser um tipo de organização centralizadora, porém seus vetores possuem ramificações. Estruturas centralizadoras são formas bastante simples de organização. Estruturas hierárquicas podem atingir níveis de complexidade extremos. E se combinar com estruturas centralizadoras de modo a proteger seu núcleo. Tais combinações produzem o fenômeno da corporação, onde elementos componentes da matriz perdem sua autonomia para o núcleo central. Deixam de ser um ente autopoiético para ser parte do corpo que apresenta comportamento uniformo e centro de comando. Claro que pode também ocorrer o fenômeno oposto onde o fluxo de informação ou comando seria reverso, mas isso como veremos mais adiante seria insustentável, porque a quantidade de demandas-informação para um único núcleo só pode ser destrutivo. Em outras palavras tomemos as duas figuras: Se os vetores estão voltados do centro para nodos temos a representação de uma relação de comando, se os vetores estão voltados dos nodos para o centro, temos um cerco e a imanente destruição do centro, no mínimo por sobrecarga informacional. Sim como diria Hobbes ou São João esse tipo de besta tenha uma ou sete cabeças, felizmente são monstros que tem algo que podemos cortar. Como veremos mais adiante o maior problema não são os bichos que não tem corpo nem cabeça, e que habitam nossas cabeças. A hierarquia é, portanto um tipo bastante especial de estrutura onde a estrutura matricial que controla o comportamento dos seus componentes e não os entes que geram o comportamento matricial. Não há autopoiese exceto no centro de comando da matriz. E a estrutura é mais resistente a inversão dos fluxos informacionais. Comportamento é um fenômeno dinâmico e analise estático-estruturais por obvio não comportam muito bem o movimento, nem tão pouco as estruturas em redes que de fato correspondem ao muito mais as evoluções da rede do que a própria estrutura em rede. As redes são o fluxo, a matriz a decomposição epistemológica da rede em tempo espaço e movimento. A rede como percepto é, portanto uma matriz, mas não se define apenas pela distribuição de seus entes ou componentes pelo espaço, mas pela variação de suas trajetórias ao longo do tempo – ou como já dissemos ao introduzir o conceito de movimento se concebe dinamicamente. A rede se concebe em fluxo sendo rigorosamente, portanto um sistema vivo ou dinâmico, não necessariamente matricial, mas euclidianamente matricial. Em representações ou abordagens não físico-espaciais ou geométricas a rede pode ser concebida compreendida de outras formas, como proporemos mais adiante. Simulações Computacionais Booleanas (pode pular se você não for nerd) Por hora continuemos a montar nossa rede no mundo dos quadrados. A introdução da variante fluxo não introduz apenas uma historia para a matriz ou seus e entes ou componentes, mas um histórico de variação das estruturas, compondo o conceito de um padrão de comportamento para só os componentes, mas para as estruturas. Isto gera tanto possibilidades quanto demandas. Podemos ter uma ideia muito melhor do que são as redes naturais e sociais a partir da analise destes padrões de comportamento sistemático ainda que reduzidos a conceptos matriciais espaço-temporais analisando as evoluções representadas graficamente por estes sistemas computacionais booleanos. Mas isso demanda o desenvolvimento do conceito em nível algorítmico de um logos para o sistema, quanto o conceito e novamente o algoritmo correspondente e muito mais complexo de uma arque autogeradora para cada ente do sistema, uma autopoiese da autopoiese. De acordo com esta abordagem seria possível não reproduzir padrões apresentados por uma matriz-multiverso, mas a partir desta analise enumerar as diferentes logica passiveis de serem aplicadas a uma matriz de modo a produzir os mais diversos padrões de auto-organização e evoluções. Considerando ainda o principio de autopoiese essa logica não poderia ser de antemão única ou centralizada, devendo emergir de entes autônomos dotados de inteligência suficiente para se autoproduzir em interação com o sistema eminentemente determinístico. Computacionalmente dá um bocado de trabalho e não sei se os resultados seriam satisfatórios. Porque a simulação de redes autopoiéticas demanda a criacao de inteligências artificiais, ainda que em seus estágios muito primitivos e metarealidades virtuais no mínimo extravagantes. Suponho por exemplo a criacao de uma matriz representando o nada, dotada de uma vontade primal como liberdade (a logica do sistema) da qual qualquer ser que ainda não existisse, mas que tivesse vontade de existir(?) tomasse essa vontade(???) como liberdade individual (logica própria e indeterminada) para constituir a identidade logica ou sentido evolutivo por geração inconstante de seu ser em interatividade com os demais dentro desta rede autopoética difusa que não seria senão a própria manifestação desta vontade primal libertaria difusa como sistema matricial. Entre outros problemas graves desta proposição, (como não fazer nenhum sentido ) a simulação do principio indeterminístico, e da vontade primal como logica geradora de uma espécie de direito difuso é uma dificuldade enorme porque o processo algorítmico da randomização não equivale a indeterminação. A abordagem Sociológica (ou podem voltar daqui) Claro que não precisamos simular matematicamente comportamento de redes autopoiéticas a partir de inteligências artificiais, ou do zero. Podemos traspor redes sociais para modelos geométricos e analisar a historicidade das estruturas de modo a identificar os padrões de comportamento que definem as redes não como estruturais cristalizadas, mas como sistemas dinâmicos e auto-organizados. Mas ainda sim não creio que tal abordagem seria capaz de sugerir o que é a rede para além da representação simbólica, ou o que são estes fenômenos. Porque pensa-los como fluxos, ou qualifica-los como sistema dinâmico apenas me diz o mesmo que Sócrates disse a respeito do conhecimento só sei que nada sei. Em outras que precisamos reaprender constantemente com esta forma viva, com este vir a ser está, ou estava porque como Tao o que vemos são suas pegadas - luz de estrelas mortas a milhares de anos. A pergunta então não é o que são estes fenômenos, imponderáveis por natureza, mas qual a melhor forma que dispomos para retrata-los neste momento. Creio, portanto que para entender as redes como fenômeno, dentro de uma abordagem mais próxima dos sistemas dinâmicos não dispõe de melhor metáfora melhor do que a sociológica. A diversidade do mundo social exige que nos apropriemos de conceitos que podem nos ajudar a entender melhor as redes. Mesmo perdendo muito do rigor que a visualização estrita das estruturas que a metáforas físico-geométricas pode conferir, ganhou em amplitude conceitual na analogia desta com a complexidade da vida cotidiana. A metáfora sociológica também é bastante oportuna já que as comunidades e redes do mundo virtual parecem querer replicar e multiplicar suas estruturas dinâmicas no mundo real. Da virtualidade à realidade Assim tanto para sair do mundo das ideias e ir ao mundo real, para fazer esta transição das estruturas em redes, para os sistemas dinâmicos como analogia sociopolítica o método que utilizaremos nos inspiraremos mais uma vez na alegoria libertaria. O método é o seguinte, e o descrevo, mais uma vez dentro do modelo matricial computacional booleano: A matriz é constituída por entes cuja dinâmica é definida a partir de uma força motriz fundamental (logos), que é sua vontade constituinte. Seu objetivo é criar trajetórias no espaço tempo não apenas sozinho, mas em interação com os demais de modo a criar comportamento integrado. Neste processo em principio o comportamento original é libertário. Isto é governado apenas pela vontade de ser (arque). A inteligência em questão comunica-se desenhando uma trajetória no espaço com as demais inteligências de modo a propor uma espécie de dança conjunta. As evoluções deste universo são sinônimo desta espécie de dança polinizadora. Considerando que elementos ocupam uma matriz de espaço limitado. Não temos apenas uma espécie de cooperação competitiva, mas a possibilidade de eventuais choques de vontades, ou completa frustração de inventivas. Essas duas possibilidades poderão gerar randomicamente a alteração do comportamento libertário para o autoritário. Isto é de um ente que tenta afirmar o seu ser, perante os demais ou em comunhão com os demais, para um ser que tenta conformar os demais a seu ser ou a sua vontade. Há uma gradual inversão de comportamento de comunicativo para violativo. Conforme as livres iniciativas do individuo são frustradas. Ou ignoradas, violentamente interrompidas seja porque não encontram espaço, seja porque entram em choque com outras evoluções ou estruturas seja simplesmente porque deliberadamente outro(s) individuo(s) a interrompe. A inteligência não tentará comunicar suas intenções ou convidar as outras inteligências a construir trajetórias junto com ela seu objetivo agora passa a ser o de: interferir mandar, possuir as trajetórias das outras inteligências. Ele não constrói mais trajetórias, conexões ou comunicações, ele interfere, interrompe, bloqueia, destrói. Seu comportamento não é conectivo é disrruptivo. Numa espécie de replicação ou contraposição ao comportamento disrruptivo sofrido. Sua função é interromper as evoluções. Sua atuação na rede é de força, suas relação agora de poder. Seu principio sua arque não é mais eros, amor ou liberdade, é tanatos, violência e poder, não é mais um ente autopoiético gerador de evoluções cocriador da dança do universo, é componente do meio do corpo, do leviatã, artificial, servo de um status quo cristalizado, que executa movimentos reiterados e automatizados, programados, adestrados e predeterminados por um grupo que atua como espécie de sistema imunorepressor atacando e destruindo qualquer célula que apresente um comportamento diferente. Aqui o sistema já começa a apresentar comportamento corporativo do arcaico para o tipocrático. Quem não dança conforme a música, já era. Entes assim tendem a se constituírem, portanto como instituições não apenas agregando mais indivíduos frustrados, mas reproduzindo frustações. Tal comportamento se não puder ser eliminado rapidamente contamina toda a rede paralisando todo o sistema destruindo qualquer possibilidade de evoluções. Monopoliza, repete, cristaliza e morre. Monopólios O objetivo do ente frustrado ainda é o mesmo, mas como todo violador seus métodos é que são distintos. Incapaz de chamar ou centralizar as atenções com suas evoluções, a célula ansiosa por poder não tentará mais gerar evoluções, criando conexões, mas tentará ter manter e controlar outras células e conexões, pela eliminação da liberdade, privação e alienação dos corpos e vontades (fluxos) de outras células e conexões. A centralização é a hierarquia emergem quase sempre como estruturas cristalizadas ou status quo destas estratégia, que embora emerja como configuração centralizada ou indiretamente centralizada (hierarquia) é do ponto de vista dinâmico a mesma estratégia monopolista. A diferença parece pequena, mas não é. Uma célula libertaria tentando centralizar de forma absoluta as atenções tem muito pouca chance de sucesso, ou um sucesso bastante fugaz, afinal devemos lembrar que ao contrario do mundo em que vivemos no sistema aqui em proposição as demais células não foram programadas adestradas para serem telespectadores, todas ainda querem ser o centro das atenções. O ponto é que como célula livre nada faz ela além de dançar, comunicar-se. Uma célula mesmo sem muitas pretensões centralizadoras, mas digamos infectada pelo vírus do poder ou completamente frustrada, irá se valer de violência- digamos chocar-se com todas as células dentro do seu raio de ação, simplesmente como forma de demonstração de sua força seu domínio sobre um território, a base da construção do seu campo de força ou domus sobre o qual outros indivíduos não gravitam propriamente por desejo, mas por medo, em principio de serem atacadas, depois de não serem protegidas por sua violência ou ansiosas por partilhar desta mesma força e elas mesmas tomarem parte deste poder e lugar neste domus. Isto são as chamadas hierarquias, mas que não tem, mas nada de arque são qualquer forma piramidal entre uma monocracia e uma anarquia. Uma democracia onde algum tipo de escravo de tempo integral ou meio período trabalha para que algum desfrute do ócio parlamentar e mandar. Monopólios são estas redes de poder são constituídas no mundo real para criacao de matriz- domus e a exploração político-econômica do homem pelo homem através dos sistemas sociopolíticos. É importante notar que nesta simulação computacional booleano de evoluções e constituições de sistemas sociopolíticos, as diferentes ordem ou estruturas que emergem não são necessariamente boas ou ruins, uteis ou inúteis, mais evoluídas ou menos evoluídas, elas são sim produto da maior ou menor liberdade difusa ou libertarias, de vontades reprimidas ou expressas. Assim, quanto maior for a quantidade de células executando evoluções integradas por livre e espontânea vontade, maiores será o grau de autopoiese deste sistema. A inteligência destas células, ou seja, a capacidade de expressar estética simbolicamente suas evoluções de forma a conectar-se a outros intelectos e constituir novas estruturas integras por padrões complexos arquitetados por evoluções expressas por livre e espontânea vontade como um principio criativo a arque de um logos. Neste sentido o próprio fluxo da rede como ente autopoiético. A hierarquia Por outro lado quanto maior for o grau de desintegração do sistema seja ele provocado pela falta de inteligência dos seus componentes, isto é, a falta de capacidade de comunicar-se simbolicamente (conectar-se), maior serão o numero de entes frustrados e frustradores. E dessa desinteligência do sistema emergirão as relações de força ou poder, com a destruição obstrução, centralização por monopólio das conexões. As tipocracias. Cratos” é poder e toda a forma de cracia é a proposição consciente ou inconsciente de uma regulação da rede pela força de um determinado “cracia”. O que vem na frente buro, aristo, mérito, auto, demo, pouco importa o que importa é o que vem literalmente por trás, o poder da força. Arque é principio, um sentido para um movimento, não uma força que empurra puxa, atrai, ou cria vetores de força o campo domus. É inteligere muito mais uma vontade à medida que cria um sentido para um ente com autonomia e capacidade para gerar dinamicidade própria. A arque claro pode ser empregado com sentido pejorativo como em hierarquia, e com razão já que nunca conheci organização humana que tivesse tentado imitar a estrutura fractal como intenção libertarias. Contudo é importante lembrar que estruturas podem ser formadas até simultaneamente pelos dois tipos ou tendências organizacionais, à medida que um mesmo nodo pode reagir ou interagir de modo diferente a outros nodos conforme os reconhece ou irreconheça como pares ou diversos. Inimigos, amigos, neutros, desconhecidos. O seu padrão de comportamento é determinado não apenas pelas circunstancias, mas pelo condicionamento ou experiência recebida, assim como pelo comportamento tanto do ente em interação quanto de todos os demais que em interação com ele, influenciando sua evolução-decisão-comunicação nesse jogo social. Isto significa que uma hierarquia não é necessária uma tipocracia se não apresentar as características das relações de poder, isto é se seus componentes não se valem da do poder força ou violência para controlar os fluxos da informação evoluções ou ainda a formação de diferentes arranjos ou configurações entre os seus componentes ou as demais estruturas ou evoluções. Nem todo corpo com seus órgãos forma uma estruturas corporativa, nem toda a colmeia com sua rainha forma uma estrutura absoluta. Nem toda a estrutura de comunista forma uma estrutura totalitária. E nem toda estrutura libertaria o anarquismo individualismo absurdo. O elemento fundamental para a geração da perversão da arque em cratos é a supressão de eros por tanatos. A conversão de um ente livre dotado de vontade e inteligência própria num ser autômato. A arque é um principio o logos dinâmico constitutivo do sistema dentro da geometria fractal o próprio principio criador e replicador não apenas das estruturas, mas de sua evolução. Das Autarquias A arque como vontade primal ou inerente a todo ente cuja existência é movimento é em sua essência é a liberdade plena de fluxo dentro da rede. Logo a corrupção primeira da rede ou do principio constituinte das redes é a negação do fluxo. A relação de poder. O impedimento da expressão da vontade. Vontade não de terceiros, mas dos entes gerados da entidade fundamental de uma conexão os nodos. Em outras palavras um ente não tem apenas liberdade plena para se conectar, mas para também se desconectar de qualquer outro nodo. Ora essa liberdade que ninguém pode obriga-lo a ficar conectado a um centro, a uma hierarquia, mas também ninguém pode impedi-lo de fazê-lo se essa for a sua vontade! Ninguém pode obrigar os entes livres de uma rede a se distribuir ou mesmo a fluir contra a sua vontade, porque o fluxo, não é a dinâmica física aparente o fluxo é manifestação da Vontade! Em outras palavras o principio autogerador das redes é a liberdade. As hierarquias, monarquias, anarquias, oligarquias, panarquias, não são em si sistema bons ou runs, são apenas formas de auto-organização, ou desorganização dependendo do ponto de vista ou do gosto do freguês. Se um maluco quer se coroar rei do seu quintal e outros tantos acreditam que ele é soberano por vontade de deus, ou por sua própria vontade, ou é a própria senhor dos céus que o fez senhor da terra, ou qualquer coisa similar quem é o soberano mor pra impedi-los com a força bruta de idolatrarem seu rei, de prestarem seu culto, de terem sua cultura politica? Deixem que tenham sua religião monoteísta laica em paz. Quem eles incomodam? Não batendo na minha porta aos domingos como pregadores ou cobradores de impostos incomodam menos que muita gente. Deixem que eles paguem seus tributos, corem seus reis, passem faixas em seus presidentes, encham de títulos eméritos e pronomes de tratamentos os meritíssimos, os magnânimos, as suas excelências, deixem que eles coloquem peruca e toga em seus deuses e os idolatrem, porque não? Que elejam seu cavalo para o senado, porque não? Porque as pessoas não devem ter liberdade de culto laico? Porque as pessoas não podem idolatrar as autoridades medicas como os senhores absolutos de suas vidas se assim o desejam? Porque as pessoas não podem entregam os seus filhos as escolas e professores para que eles aprendam a obedecer, a fazer fila, comer e fazer xixi ao sinal de campainha como um cão de Pavlov? Se for o que elas querem, porque não? Quem nomeou a mim ou a você os salvadores e libertadores do mundo? O que podemos fazer de melhor além de sermos nós mesmos e vivermos em paz? O que podemos fazer além de tentar Inteligir? Se as pessoas querem entregar seu poder de decisão a outros e for roubada vigiada e tratada eternamente como crianças por políticos se essa é sua vontade deixam que é a façam? Se querem ser governados por ditaduras de maiorias ou minorias? Que seja. As pessoas tem o direito tanto o direito de obedecer quanto o tem de desobedecer. E se organizar em tantas formas diversas quanto são as suas vontades e possibilidades no tempo espaço. O Eros é o fator determinante da arque é, portanto a própria indeterminação difusa da diversidade. Não há certo, não há errado, há sim acertos e erros, e, portanto experiência e aprendizado. O sistema é inteligente e sensível, capaz de definir seu próprio sentido, e sentindo estrutura-lo de acordo com suas vontades, seu logos é a diversidade, e sua finalidade a evolução não para um ponto definido, mas para a indeterminação da multiversidade, uma panarquia, onde o mais absoluto e centralizador dos princípios a monarquia consegue conviver em paz como o mais desconstrutor e, portanto revitalizador dos princípios a anarquia simultaneidade. O Panóptico Ora é evidente que para que tamanha harmonia possa de fato ocorrer em simultaneidade à violência e a força bruta precisam ser senão completamente neutralizadas, reduzidas com eficácia suficiente de modo que o ruído que ela introduza jamais venha a novamente a contaminar o sistema com o vírus do poder. Quando a Eros, a arque, a estética da vida, paz, e liberdade é convertida Em tanatos, o cratos da cultura da morte, violência e poder? Quanto o Pai-Pátria-Patrão, o culto ao Patriarcado subjuga a natureza da terra, e a diversidade da rede é reduzida ao uno? Mais profundamente quando a mente se aliena de ente criativo e passa a ser um mero processador epistemológico deste tribunal supremo, deste inconsciente coletivo do Todo Poderoso, deste culto maldito ao Absoluto e a verdade única e excludente de todas as demais? Tal trauma, tal perversão da ânsia por liberdade e existência em medo e desejo de ter e poder não é mero um processo arquétipo de centralização, mas cratológico de monopolização, de alienação do homem pela privação dos meios de subsistência existência e expressão. Mais do que a exploração do homem pelo homem, através da rarificação e escassez é o monopólio do homem pelo homem é o controle absoluto da arquitetura física e metafisica do homem pelo homem. O homem que nasce em correntes servo de um próprio criador no céu de seus capatazes na terra. Onipresença, onisciência, onipotência, O panóptico metafisico projetado como entidade dividida e introjetada como superego, amaldiçoado a própria concepção de nossa vil existência. Intermediação do corpo, intermediação da alma, condenação do homem a viver como meio, não como ente. Amputado de sua beleza, divorciado de toda perfeição, Reificado no domus-matrix. Condenado a pena de Morte em vida da Servidão como autômato coisa. Propriedade. A totalização. O poder total e o mito do todo poderoso, são a chave da cultura do absoluto, producente da frustração original do pecado contra eros contra a criacao a criatividade a fertilidade e toda identidade criativa, bloqueador da personalidade. Dentro da rede este processo não se produz apenas como força que impede a expressões das evoluções livres dos indivíduos ou pensamento, mas o cerceamento da livre associação ou desassociações. Estupradores Se nossa seita de adoradores do rei, ou de pagadores de tributos de uma oligarquia persegue alguém decidisse abandonar o grupo, ou ainda se esse grupo passasse exige a conversão obediência, tributos, ou mesmo a audiência dos demais interrompesse obrigatoriamente sua novela com mensagem politicas bem temos claramente não mais um grupo com princípios uma arque, mas um grupo com um cratos, ou seja, um profundo desejo de poder desejo de tomar o poder, de se se fizer poder, se estar no poder, de mandar e ser obedecido. Temos enfim a pior estirpe de sociopatas soltos a ruas estupradores no caso políticos, ou seja, pessoas dispostos a satisfazer seus desejos e vontades sem se importar se os outros estão com a mesma vontade de satisfazê-los. Se estes violadores não tem uma autorização legal são bandidos; se as tem então você é o bandido se recusar fazer a vontade deles. Às vezes eles escrevem antes o que vão fazer com você, e a isso se chama constituição- e então você não tem mais o direito de negar a dar porque não sabia que não tinha que dar. É claro que estou pintando o quadro com cores pesadas. Mas não raro ele tem mesmo essas cores. E a ideia é justamente usar o contraste para denotar bem onde a inversão do principio se faz perversão. O fator determinante a constituição de uma corporação tipocrática é obviamente o cerceamento da liberdade individual, ou do ponto de vista da rede o controle do fluxo ou das conexões e dos isto não implica num ataque não só direto tão somente ao individuo, mas a todas as formas de expressões de sua identidade criativa ou diversidade pessoal que não estejam absolutamente condizente com as normas funcionais da organização. O corpo funciona como sistema imunorepressor de seus componentes internos e externos interagindo de forma não apenas resistiva ao meio, mas destrutiva a qualquer alteração de sua forma- configuração. O sistema atua, portanto normalizando, uniformizando, mediocrizando seus entes em componentes, fazendo-os partes de um conjunto e não mais de uma rede. Ovelhas de um cercado. Moradores de um território e não mais cidadãos de uma sociedade. Não há mais evolução, mas estatus quo. Não é de se espantar, portanto que a partir deste momento, a única expectativa possível de inovação sejam as revolucionarias; ou seja, as que quebrem a inercia do sistema, atacando violentamente as amarras artificiais que libertando prendem pessoas e movimentos naturais desta engrenagem. O problema é que uma revolução não como os meios denunciam não tem princípios, mas fins. É movida igualmente por frustrações e frustrados e ainda que tenha uma causa não tem uma arque, mas um cratos. Seu fim é arcaico o poder. E sua cultura a da violência. A cultura da Violência As culturas da violência é o produto imediato da relação de poder. Sendo que a própria ideia de cultura já é uma perversão da autopoiese, à medida que não se cria se cultiva. Cultura é extensiva, é uma ideia odiosa. A estética é a expressão original da rede. A rede cria arte, o sistema reproduz cultura. Semeia doutrinas em crianças, para colher adultos obedientes. Nessa plantação de gentes, nessa cultura de escravos em sua grande maioria assalariados, imigrantes pobres nos países latrinas na divisão de trabalho do mundo , não se mantem apenas com repressão física ou aprisionamento de corpos, é necessário o controle psicológico. Antigamente duas pessoas eram capazes de se matar sem se conhecer apenas por ter deuses diferentes, uma língua diferente, uma bandeira diferente, desde que seus mestres mandasse que o fizesse. Infelizmente ainda existem pessoas subjugadas e condicionadas a este ponto no mundo, mas não em numero suficiente-espero. Técnicas mais aprimoradas de terror contra seu próprio povo, e incentivos mais sofisticados são necessários para empurrar pessoas se matarem umas as outras para viverem uma vida diferente de sua própria vontade comprar lixo, ou até contraria todo dia seus instintos mais básicos de vida, liberdade ou dignidade. É preciso muitas vezes trancar uma criança vinte anos numa escola e muita TV para conseguir isso, e nem sempre funciona. A chave é o mito do Uno para que ninguém escape da formação, para que ninguém deserte das fileiras, deve ser incalculado que só existe uma verdade. E essa verdade é seu deus, todo poder e o poder total. Deverá ser escravo dele, deverá se submeter a ele, deverá adorara-lo. Mas como? Com devo idolatra-lo? Como devo servir a meu mestre, criador, e senhor? Ora simples seu vagabundo inútil: Trabalhando! Trabalhando! Trabalhando! Trabalhando! E se de vez em quando dando seus filhos para morrer na guerra. E fincando orgulhoso com isso. Só o trabalho salva. Há todo um processo de falseamento da raridade, tudo é escasso. Tudo é raro. Tudo precisa ser produzido a duras penas. Nada é de graça. Como se toda a vida não adviesse de uma fonte de energia inesgotável e ainda possível distribuída de forma completamente indiscriminada e universal de energia, a luz solar, horror dos monopolizadores. Não por acaso os primeiros sacerdotes monoteísta espertamente identificaram deus ao sol o provedor da luz. Se ele é o senhor que de dá a vida é ele que você deve à paga, e eu sou o seu cobrador na terra. Dízimos e tributos. Igrejas e Estados são frutos da mesma vinha esperteza e ódio. A ideia central é o sacrifico de muitos para o desfrute do ócio criativo e politico de poucos. A centralização não basta, é preciso construir uma periferia permanentemente excluída pela ausência dos meios para pô-la a servir o centro. A base da pirâmide nunca ascende, e nunca tem chance de sair da base porque esta esmagada sustentando toda a estrutura. Não é propriamente necessário mais agir para manter a estrutura, o própria do jugo, a própria destituição das liberdades fundamental dos indivíduos para estabelecer as conexões em rede já constituem impedimento mais do que suficiente para que outras formas de organização não tenham chance de emergir, e as evoluções fora do cratos sejam marginais, vagabundas, condenadas a morrer de fome. Nas estruturas político-econômicas não há espaço para ver a beleza dos os lírios do campo. Ou compreender a complexidade de porque os pássaros do céu que não plantam nem fiam não caem amaldiçoados por deus, raivoso, agourento, porque não deu morreu desde seus gêneses trabalhando como o suor do seu rosto ou pisando no pescoço da sua mulher. Fractais A arvore cresce naturalmente hierarquia fractalmente como um corpo hierárquico, a floresta se espalha anarquicamente pelo território. As abelhas polinizam em padrões entrópicos tão complexos que parecem completamente anárquicos. Animais organizam-se sob os mais diferentes arques tanto socialmente quanto sexualmente. Monogâmicos, poligâmicos... Qual o principio correto? Qual o principio verdadeiro? Estas são perguntas que não cabem à natureza das coisas criativas Porque a natureza das coisas É ser e não ser julgadas por servos de seres e poderes supremos e representantes autorizados legalizados e titulados de verdades absolutas. A arque quando se torna verdade absoluta se torna arcaica e morre, vira uma verdade. Somente aquilo que ainda não verdadeiro é interessante porque não existindo carece ser realizado, utopia ideia, futuro, vontade de ser poieses. Evolução. Quero dançar como abelhas. Eu sou a mosca na sua sopa. Quero me coroar como Quincas Borba e abdicar do meu próprio reino. Quero servir a quem vence o vencedor. Quero obedecer ao meu mestre e desobedece-lo. Quero ser mestre do meu mestre e abandona-lo. Quero ser um homem livre com direito e liberdade de credo religioso e politico sexual, liberdade de associação e dissociação em todos os sentidos humanos, sem sofrer violência privação ou expropriação dos meios naturais. Quero ter direito ao ócio e ao capital e colher tanto seja o lucro ou o prejuízo por me expor a este risco, quero ter o direito de me associar com outras pessoas para me proteger deste e de outros riscos em contratos sociais como ou sem intermediários de acordo com minha vontade, para nossa proteção mutua ou mesmo universal. Evidentemente que entre a expressão de uma vontade e a construção de uma realidade a uma distancia razoável e muito trabalho, trabalho no bom sentido da palavra, a ser realizado, ou seja, há muita criacao a ser feita por ociosos absurdamente compromissados com sua vontade de nada mais nada menos criar um novo sentido, juntos. Esculpir o social. Libertar. A arvore não foi apenas podada, faz tempo que rio foi desviado. Não estamos apenas falando então de técnicas de libertação da escravidão, mas da alienação. O desejo de poder mora, sobretudo no nosso coração frustrado. A libertação começa quando nos libertamos dos anseios cultivados por ter e poder dentro de nós, das vontades plantadas de mandar e obedecer que não são um fetiche nosso. Traumas, medos e anseios, muitos deles completamente reais frutos de uma sociedade que priva as pessoas dos meios de vida mais fundamentais e ao priva-las da dignidade embrutece. Não falo apenas da privação material, falo da privação estética da privação cidadã. Não devemos confundir a privação com pobreza. Ser privado de algo não produz instantaneamente pobreza. Assim como a falta de luz não leva a cegueira. A violação está na perpetuação no prolongamento da privação contra a vontade de modo que o individuo perca não sua capacidade, a intenção aqui não é cegar, mas a sua vontade de ver, alienar. Ele continuará vendo, mas não mais enxergando, só verá o que é para ser visto. E como o sequestrado que passa a idolatrar seu violentador por sofrimento ele ainda por cima será grato àqueles que lhe tomaram sua visão, e chamarão o seu novo estado de inconsciência e alienação de revelação. A esse processo de educação feito por todo vida conosco chamamos educação a base da transmissão daquilo que chamamos cultura, o cultivo de gentes, ensinamento, doutrinação, por negação do florescimento de qualquer espirito estético artístico, por negação da capacidade co-significativa do aprendizado criativo em rede. A autopoiese esta morta o espirito estético destruído o ente é uma estação repetidora retransmissora da programação da emissora de telecomunicação. As tecnologias totalitárias do século XX não inventaram nada elas apenas amplificaram um sistema muito antigo de adestramento-programação de seres humanos em servo-escravos-autômatos. Transcendência No cratos contemporâneo a e é reduzida doutrinação. A estética é reduzida a cultura. A ecologia é reduzida economia da escassez e a dignidade a provisão da materialidade do mínimo. A ordem é reduzida ao poder politico. O direito é reduzido cidadania. E a sociedade é reduzida ao estado civil submetida ao monopólio do poder estatal. E a liberdade ao direito liberal de papel. Liberdade não é poder de escolhas é o poder de transcender as privações Superar a pobreza. Transcender é diante de caminhos ou escolhas preestabelecidos construir suas próprias. Não é a negação nem a afirmação, não é nem mesmo a síntese. É a superação do problema, pela recusa da aceitação dos termos em que ele estão propostos, em verdade as soluções de um problema já estão inseridas em sua proposição. O importante não são as respostas que se pode dar mais as perguntas que se é capaz de fazer? Criar suas interrogações consiste no verdadeiro estado de transcendência, negar ou afirmar as respostas são evoluções naturais que podem ser ou não desenvolvidas conforme a vontade. Ser livre não é escolher entre os caminhos preestabelecidos, mas questiona-los e questionando-os construindo os seus próprios novos ou completamente idênticos aos antigos, mas indiscutivelmente criação da sua fé, dos seus principio. Sua evolução. Compromisso como sua vontade. Libertação Libertar-se não é sair da privação, mas é necessariamente sair da pobreza, porque a pobreza é o estado de espirito que fica mesmo quando se vai à privação. A privação escraviza, a pobreza aliena. A privação, pobreza, e alienação; os três estágios para a formação da mentalidade completamente submissa no culto ao absoluto e devidamente conformada ao estatus quo; Mentalidade alienada, pronta a preservar a estrutura que a conforma como se fosse a própria fonte de sua existência. Funcionando como parte de corpo. Idolatrando essa totalidade estruturada não importa exatamente como... O importante é que agora o alienado não apenas não abandonará mais a formação, mas como parte deste todo irá dar a própria vida para preservar essa forma com a qual identifica a sua imagem e semelhança. Sem ela sua vida perde função e sentido. Ele não é mais um ser com sentido próprio, autônomo. O alienado é o Todo. Deus salve a América. God Save The Queen. Brasil ame ou deixei-o. : “tudo no estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”. O maior problema deste modelo tipocrático é que ele sendo fundamenta na mais absoluta intolerância autoritarismo, totalitarismo, monopólio e verdade únicas, a tendência é que todo individuo pertencente a este culto tende a considerar uma ofensa pessoal e direta a ele, a deus e a própria verdade qualquer forma de pensamento, estilo de vida, que contrariem a cultura dominante. Mesmo quando o conceito chave do adorador é o relativo, a tolerância, a diversidade o anarquismo, a igualdade, a liberdade, a arque perturbada do individuo, transtornada pelo poder, tende a fazer a de seu pensamento não uma entidade aberta a entendimento, mas tão somente discriminação e julgamento fazendo seus juízos e emitir suas sentenças monocráticas. A liberdade então passa a ser a proibição de proibir. A igualdade a obrigação de compartilhar. Até a anarquia passa a ser uma estrutura estática onde é proibida a emergência de qualquer padrão que não seja entropicamente complexo ou perfeitamente distribuído. A relatividade até a relatividade passa a ser a mais absoluta de todas as generalizações, ou seja, a negação absoluta da verdade pela máxima relativização de todas as perspectivas. A negação de qualquer universalidade pelo BIGBROTHER relativista. A policia internacional do politicamente correto para a relatividade cultural adverte: Direitos universais são proibidos porque ferem a multiculturalidade. Democracia A republica então se torna cracia do demos. Uma ficção já que a ditadura da maioria sobre as minorias leva aos genos e etnos cídios. A democracia de fato é a ditadura de poucos atores representando figuradamente a vontade de todos os demais. Literalmente uma representação. A panarquia exige naturalmente um mínimo denominador comum à paz, ou de razoável expectativa de segurança. Algo que evidentemente não se produz com violência, nem com redes completamente indefesas perante estruturas tipocráticas. Defesas não significam capacidade de ataque. Significa ter um sistema com capacidade para neutralizar tanto os ataques quanto antes das fontes geradoras da violência como padrão de comportamento ou formação estrutural. Não apenas neutralizar a perversão da eros em tanatos, mas subverter com suas evoluções as estruturas arcaicas; desconverter pela transcendência simbólica-comportamental as mentalidades alienadas e tipocratificadas; quebrar o processo de escassez natural ou monopolização artificial ou compartilhando não apenas o virtual que pode ser infinitamente dividido, mas também o pão multiplicável pelo milagre da teia da vida; explodir com o domus da privação-pobreza-alienação o templo do culto piramidal ao absoluto e onde idolotras cegos imolam a humanidade a baal há milênios. Liberdade não depende apenas da liberalidade que um indivíduo tem para desenvolver suas potencialidades ou evoluções, liberdade emana, sobretudo das condições reais ecológicas-politicas-estéticas plenas para manifestar na realidade sua vontade como a expressão do sentido-significação para sua identidade em interação com os demais entes dotados da mesma liberdade sócia interativa. A liberdade é não estar apenas de estar livre das privações, da pobreza, é estar livre dos condicionamentos e alienações, é estar livre das compulsões psicológicas que impedem a manifestação da vontade para além dos medos e desejos meramente circunstanciais e manipuláveis pelo sofrimento e felicidade. Liberdade é poder sobre si e sobre mais ninguém para dar sentido a própria existência acima das condições preestabelecidas pelo próprio meio ou sistema. É criar sua própria evolução em conexão com a rede que sustem a sua própria existência. Liberdade para todos é o próprio etos da rede enquanto multiverso. A dinâmica do sistema ou a arque do qual emergem os seres e suas vontades como a própria manifestação da vontade de ser. Liberdade como fonte geradora da segurança existencial e não violência. Abundancia. Plenitude, universalidade, compartilhamento por multiplicação e não divisão. Desigual mas autossuficiente para enquanto autogerada pelos coparticipantes do sistema. Cosmopolitas Para tanto é necessário um sistema desintermediado P2P de segurança como seguridade desta liberdade real no mundo real, um sistema de seguridade descentralizado sem autoridade central, mas ao mesmo tempo universal que garanta sem discriminação à tolerância e o estado de paz necessário à liberdade como estado de segurança sobre os direitos fundamentais a liberdade em rede. Uma Internet para a paz como liberdade para todos. Um sistema livre de seguridade descentralizado e sem fronteiras. Essa garantia de bens comuns e particulares para todos, essa renaturalização dos recursos básicos definida e regulada pelos próprios componentes da rede seria suficiente para aplacar a assanha por ter e poder? Quebrar os sistemas ou mesmo impedir as hordas de estupradores político-econômicos dispostos a espalhar e impor seu culto a ferro e fogo novamente por toda a terra usando exércitos armas e violência voltem a emergir? Não se imporia novamente as ditaduras das maiorias sobre as minorias, dos mais fortes sobre os mais fracos? Não haveria de novo um ciclo de autodestruição? Não faz parte da própria dança da vida que a espécie que nasce sob o signo de eros naturalmente seja violada e sucumba como tanatos? Não necessariamente a liberdade precisa se perverter em poder. Ou a resistência a violência se faz com violência. A transcendência é uma possibilidade nos sistemas. Quando uma pessoa se revoluciona passa a apresentar evoluções libertarias, dotadas da capacidade de provocar disrrupções internas e externas capazes de provocar curtos-circuitos nos programas e novas e inesperadas conexões. Aonde até agua virá vinho. São formas de comunicação por atos simbólicos de desobediência civil que transcendem o status quo e são capazes de reinspirar à vontade primal fonte da vida que mantem todo ente da vivo respirando apesar de tudo. A libertação é sobretudo um ato não egoísta daquele que ao olhar e se solidarizar com o outro consegue libertar a si mesmo. Não é um ato de paixão por um semelhante, mas o ato de compaixão para com um desconhecido, por um estranho. A capacidade de compartilhar deste profundo sentimento existencial e sentido de existência para além do seu próprio nariz, para além da sua própria barriga para além da sua própria desejos e necessidades. De fazer do diferente, não objeto de xenofobia, mas de universalidade. É o etos de conectar-se com o tudo. Sentir. Sem medo de sofrer. E lutar como dignidade pela vida, sem medo de morrer lutando. Parece que o fim da violência está apenas quando abaixamos as armas. Esse é o maior engano. Quando um pacifista abaixa sua arma e abre o peito pede para morrer como um cordeiro. Como uma criança. Como um inocente, Sacrificado. Quando ele levanta suas armas para lutar já perdeu a guerra porque cruzou a trincheira. A única arma da não violência é a não omissão perante a privação material a pobreza politica e desigualdade cultural-estética a cavalaria dos patronos de toda injustiça social, bancadores dos signos de poder e monopólios da violência. Ter um planeta para chamar de terra é antes de tudo, ter um mundo para chamar de humanidade. Não há sentido sem sentimento, nem significado sem liberdade. Liberdade Real para Todos. Governe-se.